Publicado em 13/10/2025 às 13h02 atualizado em 13/10/2025 às 13h10 - Indaiatuba Meio Ambiente
Voluntários do Cores e Conversas
Foto: divulgação
Por Flávia Girardi
Um grupo de voluntários e uma mesma missão: promover ações inclusivas que façam a diferença no mundo. “Se cada um fizer sua parte, nem que seja um pouquinho, podemos construir um futuro melhor”, destacou Francisco Del Giudice, um dos idealizadores da ação com a missão de transformar Indaiatuba em um território educativo, criativo e inclusivo. O projeto ganhou o aval da ONU Habitat e integra a iniciativa do Circuitos Urbanos 2025.
Movidos pelo desejo de impactar positivamente a comunidade, eles protagonizaram uma semana de ações que conectaram escolas, coletivos culturais e cidadãos de todas as idades. Como destacou Alex Kusselevitc, durante a abertura do projeto. “As pessoas são pontes, conexões que nos permitem construir um mundo melhor. Cada gesto, cada ação se transforma em aprendizado, cuidado e pertencimento quando estamos juntos.”
O evento, chamado de Cores & Conversas, aconteceu de 7 a 11 de outubro promovendo integração entre educação, cultura, meio ambiente e cidadania. O objetivo foi claro, transformar espaços públicos em territórios de aprendizagem intergeracional, valorizando a participação de crianças, jovens e adultos e fortalecendo vínculos comunitários.
Abertura na Câmara Municipal
Na terça-feira (7), a Câmara Municipal de Indaiatuba recebeu a abertura oficial do evento. Uma mesa formada por autoridades, educadores e representantes de coletivos discutiu a pergunta central do projeto: “Que responsabilidades coletivas precisamos construir para tecer um território educativo em Indaiatuba?”
Cada convidado trouxe uma perspectiva, representando áreas fundamentais para a transformação do território: urbanismo, biodiversidade, justiça climática, relações étnico-raciais, cultura, juventudes, economia solidária, engajamento cívico, cultura de paz e o papel das escolas.
A arquiteta e urbanista Dayana Araújo, falou sobre justiça climática e educação. “Nossa responsabilidade coletiva é reconhecer que enfrentar a crise climática é também educar. Precisamos transformar cada praça, rua e escola em espaços de aprendizagem para a sustentabilidade, a justiça e o cuidado com quem mais sofre os impactos do clima.”
Denise Paspardelli, bióloga especialista em biomimética acrescentou. “Cuidar da biodiversidade é responsabilidade de todos. Trazer a natureza como aliada na cidade valoriza a vida em todas as formas e oferece experiências que ensinam pelo contato direto com o vivo.”
O presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), Carlos Eduardo de Oliveira, afirmou que tecer um território educador exige enfrentar o racismo estrutural e valorizar as identidades que formam Indaiatuba. “Educar é também respeitar a memória e reconhecer as contribuições de todos os povos.”
Escolas como territórios de transformação
Durante a semana, as escolas da cidade se tornaram laboratórios de inovação, sustentabilidade e cidadania. Na Escola Helena de Campos Camargo e na E. E. Dom José de Camargo Barros, professores participaram de oficinas de Aprendizagem Criativa, realizadas em parceria com a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, estimulando novas práticas pedagógicas.
No mesmo dia, alunos do ensino fundamental participaram do Projeto Reciclóleo, coletando garrafas PET com óleo de cozinha usado. O material foi transformado em biodiesel pela prefeitura e utilizado nos carros municipais, mostrando de forma prática aos estudantes como pequenas ações individuais podem gerar impactos ambientais positivos e contribuir para a economia circular.
Para a Profª Simone Siqueira, que acompanhou as oficinas e atividades, iniciativas como essa são fundamentais. “É essencial que crianças e jovens aprendam desde cedo sobre responsabilidade, cuidado com o meio ambiente e cidadania. Cada pequena ação ensina que podemos transformar o mundo ao nosso redor, e que o aprendizado não está só na sala de aula, mas em cada gesto e decisão que tomamos.”
Já na E. E. Profª Annunziatta Leonilda Virginelli Prado, estudantes do grêmio escolar participaram da Mini COP, simulando negociações climáticas e debatendo soluções para desafios ambientais locais, exercitando cidadania e protagonismo juvenil.
Encerramento no Parque Corolla
O ponto alto da semana aconteceu no sábado (11), na Praça do Parque Corolla, das 9h às 12h, com a ação Cores & Conversas na Praça, aberta a toda a comunidade. O espaço se transformou em um verdadeiro território educativo, pulsando com atividades que integraram natureza, arte, educação e cultura.
A abertura contou com o bloco escolar Batu-Kandô, coordenado pelo professor Edgar Paulino dos Santos. O projeto surgiu em 2009 nas escolas Annunziatta Leonilda Virginelli do Prado e EMEB Profª Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigrist e tem como principal objetivo ampliar o repertório cultural, musical e artístico dos alunos. Batucando, eles trabalham a coordenação motora, as propriedades do som (altura, intensidade, timbre e duração), noções de trabalho em grupo e construções em série (seriação e sequência).
“Eu comecei no projeto sem saber tocar nada e aprendi muito, estou muito feliz”, destacou Cristian, aluno do projeto.
Crianças de todas as idades participaram de brincadeiras e atividades lúdicas, enquanto a oficina de escultura com elementos da natureza estimulava a criatividade, com a produção de bonecos de gravetos. O Jardim biodiverso para polinizadores permitiu que a natureza se organizasse livremente, promovendo diversidade, equilíbrio ecológico e aprendizado sobre o ciclo de vida das plantas e da microfauna. Houve ainda a distribuição de mudas de temperos e suculentas à população, além do plantio de mudas nativas.
As rodas de leitura com a escritora Nye Ribeiro e a pintura com tintas naturais aproximaram literatura, arte e consciência ambiental, enquanto o jogo de identificação de abelhas e polinizadores ensinou sobre o papel essencial desses insetos na manutenção da biodiversidade urbana. A programação ainda contou ainda com o show do cantor Gustavo Sella.
“Meus filhos ficaram encantados e quiseram participar de todas as oficinas, não é comum ter atividades assim na praça do bairro e ficamos muito felizes, que mais ações assim aconteçam”, destacou Bruna Pereira, mãe do Pedro e da Larissa.
“Iniciamos um movimento de corresponsabilidade: tecer juntos uma cidade educadora, que inspira, transforma e cuida de todos os seus cidadãos”, concluiu Francisco Del Giudice.
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