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Veterinário afirma que casos de raiva crescem em pets por falta de vacina

Tutores deixaram de imunizar os animais ao longo de 2022 e provocaram elevação de casos

 Publicado em  27/01/2023 às 11h09  Indaiatuba  Pets


A vacinação periódica é fundamental para se evitar a transmissão da doença

A vacinação periódica é fundamental para se evitar a transmissão da doença
Foto: Giuliano Miranda / Prefeitura

Tamires Ávila

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O ceticismo em relação às vacinas, além de crianças, também está afetando os pets. Em 2022, o Brasil voltou a registrar casos de raiva em animais e humanos e diversas cidades estão realizando campanhas de vacinação para recuperar do retrocesso. Segundo Alexandre Antoniou, médico veterinário e diretor da clínica Bicos e Focinhos, os tutores acreditam que só é preciso vacinar seus pets quando filhotes e esse pode ser um motivo para doenças como a raiva aparecerem. “Não sei o porquê desse comportamento, mas eles acreditam que, por serem adultos, não precisa vacinar e ficam 3, 4 anos sem fazer a imunização”, disse ele.

Também conhecida como hidrofobia, a zoonose é causada por um vírus que afeta o sistema nervoso e é transmitida de morcegos para outros animais, através da mordedura. Os pets também podem passar aos seres humanos pela saliva com lambidas ou arranhões. Visto isso, o veterinário chama atenção para as “saidinhas” que tutores permitem aos cães e gatos domésticos, sem companhia ou guia, já que podem contrair a doença ao entrar em contato com um animal contaminado na rua. “Muitos casos de atropelamento acontecem desse modo também”, afirmou.

Em fevereiro, um caso raro de raiva felina – em um gato doméstico – foi registrado em Americana. O animal adulto veio à óbito dentro de 5 dias e todos que tiveram contato com ele tiveram que ser examinados. Em Brasília, o segundo caso de raiva humana da história do distrito ocorreu em julho, após 44 anos sem registros. Um adolescente de 18 anos faleceu após mais de um mês internado, a transmissão se deu por um arranhão do gato filhote da família. Nos últimos 10 anos, teve uma média de 4 casos da doença em seres humanos por ano, sendo que em 2014 zeraram os casos, tanto em humanos como em animais. Em 2022, o Brasil registrou 5 casos de raiva humana, todos fatais.

A vacina antirrábica é obrigatória por lei e deve ser feita anualmente. Alexandre fala que ela é muito eficaz, pois o vírus é estável e é a única forma de precaução, visto que quase 100% dos casos em animais terminam em morte, mesmo com tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a raiva mata 60 mil pessoas no mundo por ano. A última campanha de vacinação realizada em Indaiatuba foi em 2018, em 2019 não aconteceu por falta de vacinas e, no ano seguinte, foi suspensa por conta da crise sanitária causada pela pandemia.

O dia 28 deste mês é dedicado ao combate da doença que, segundo o Professor Doutor Paulo Eduardo Brandão, é negligenciada. Brandão é médico veterinário e doutor em Epidemiologia Experimental Aplicada Às Zoonoses pela FMVZ, ele atua na área de virologia, com foco no desenvolvimento de antivirais contra a raiva. Ele disse que no Sudeste e Sul do Brasil a linhagem canina e felina do vírus está extinta, havendo apenas a do morcego. “O controle nessas áreas só foi possível graças às campanhas de vacinação e adesão da população”, afirmou.

Vigilância recebe 200 doses de vacinas por mês

Em Indaiatuba, não foi registrado nenhum caso por enquanto. A Prefeitura informou ao Mais Expressão que o setor de controle de zoonoses da vigilância epidemiológica recebe mensalmente em torno de 200 doses da vacina destinadas para ação de bloqueio com animais contactantes de morcegos, animais recolhidos da rua, áreas de periferia e mais vulneráveis à presença de morcegos hematófagos. Após o atendimento desses grupos, se sobrar doses, o município atende um cadastro de reserva da população em geral, que pode ser realizado pelo telefone (19) 3816-6666.

Segundo a médica veterinária Giovanna Foschiani, a cidade tem alta ocorrência ainda de Giardíase, uma doença provocada por um protozoário, de fácil transmissão, que ocorre pelo contato dos cães com fezes contaminadas. Esses microrganismos podem ficar no ambiente e sobrevivem fora do organismo do hospedeiro, permanecendo em sua fase dormente. “São muitos os casos que eu atendo e a gente atribui isso à qualidade da água, muitos tutores oferecem água da torneira para os pets”, explica Giovanna.

A vacina contra a Giárdia não impede a contaminação, mas propicia sintomas mais brandos, fazendo com que não fiquem expostos os cistos nas fezes diarreicas podendo contaminar outros cães. Ao contrário da raiva, essa imunização é opcional, resultando em uma adesão baixa. Tanto em humanos, como nos animais, o principal sintoma é a diarreia. Se o pet for diagnosticado com a doença, ela deve ser tratada o quanto antes e, após a coleta das fezes, o local deve ser desinfetado e as mãos bem lavadas.

 

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    Foto: Giuliano Miranda / Prefeitura

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