Verão aumenta a incidência de pulgas e carrapatos nos Pets

O veterinário Allan de Genaro segura um gatinho que recebeu atendimento
Foto: Divulgação

Allan de Genaro  

Especial para o Mais Expressão

O verão costuma trazer consigo um problema sério para quem tem cães e gatos em casa: a proliferação de pulgas e carrapatos. Isso acontece porque o período mais quente do ano é propício para a reprodução de ectoparasitas. O problema pode ser agravado se alguns cuidados básicos por parte dos donos não forem tomados.

O clima quente encurta o tempo do ciclo entre os ovos das pulgas até a fase adulta. Em média, o ciclo pode levar até 140 dias para que o ovo origine a pulga adulta em períodos de baixa temperatura. Em épocas quentes, o ovo origina a pulga adulta em 10 dias.

Só quem tem ou já teve animais de estimação sofrendo com pulgas e carrapatos sabe como esses parasitas espalhados pelo ambiente podem se tornar um problema tanto para os bichinhos quanto para a família toda. Afinal, os ectoparasitas podem acarretar sérias doenças aos animais, como a anemia. Cães e gatos ainda podem desenvolver dermatite alérgica.

Como não há vacinas que previnam os animais de doenças ocasionadas por picadas de ectoparasitas, a melhor alternativa para evitá-las é a prevenção. Dessa forma, o dono do pet se livra do problema e manda para longe de casa o fantasma de doenças como a febre maculosa, a arranhadura do gato e a dipilidiose.

A doença da arranhadura do gato se dá quando um felino transmite a bactéria Bartonella henselae, por meio de lambeduras ou arranhaduras, para as pessoas. Entre os gatos, a doença é transmitida através das pulgas. A infecção leva ao aparecimento de nódulos locais nas pessoas. Já a dipilidiose é uma verminose transmitida aos pets pela ingestão de pulgas infestadas.

Nas pessoas, a infestação ocorre quando são ingeridos, de forma acidental, os ovos do verme Dipylidium caninum, semelhante à tênia, presente nas pulgas ou em ambientes infestados. O verme se instala no intestino, podendo chegar a 50 centímetros de comprimento. Neste caso, o homem passa a apresentar sintomas como dores abdominais, diarreia e perda de peso. Raramente a doença apresenta sintomas nos pets.

As infestações surgem pelo contato do cão ou gato com um ambiente infestado ou por um outro animal que esteja com a infestação.

Os carrapatos também podem se deslocar por grandes distâncias, fazendo com que o foco de infestação seja, por exemplo, a residência de um vizinho.

Uma única pulga no animal bota em média 50 ovos por dia, que se tornam centenas em pouco tempo. Esses ovos vão caindo pela casa, principalmente nos locais onde o animal permanece por mais tempo, dando origem à infestação ambiental. Os carrapatos também se proliferam em grande quantidade, infestando o ambiente e o animal em busca de sangue para se alimentar e continuar a se reproduzir. Um erro comum é as pessoas pensarem que só se pega carrapato no mato. O carrapato do cão, por exemplo, prefere ambientes secos e altos, como frestas, e sobem muros, passando de um ambiente para outro.

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*Allan de Genaro é veterinário com CRMV/SP 54635.