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Uso de autotestes de Covid-19 gera subnotificações dos casos positivos

Farmacêutico afirma que, além de não haver laudo para comunicar o resultado positivo, o teste pode ser mal aplicado por pessoas leigas, gerando resultados errados

 Publicado em  12/08/2022 às 08h43  Indaiatuba  Coronavírus


Autotestes de Covid liberados pela Anvisa para ajudar na identificação de contaminação trazem problemas

Autotestes de Covid liberados pela Anvisa para ajudar na identificação de contaminação trazem problemas
Foto: Divulgação

Bárbara Garcia

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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou a venda em farmácias do autoteste da Covid-19 em março deste ano. A alternativa chegou principalmente por conta do aumento do número de casos de infecção a partir do começo do ano, mas a opção traz alguns problemas.

O farmacêutico Rafael Brota, graduado em Farmácia desde 2011 e funcionário da rede Drogal, afirma que o autoteste precisa ser feito entre o quinto e o sétimo dia após o aparecimento dos sintomas. Antes disso a mucosa nasal ainda não acumulou os antígenos. “Muitas vezes as pessoas fazem o autoteste antes e por isso acabam gerando um falso negativo e se iludem com isso”, diz.

Outro problema, afirma ele, é que o autoteste não gera um laudo do farmacêutico e por isso não pode ser apresentado como prova para solicitação de atestados médicos, caso a pessoa necessite se ausentar do trabalho, por exemplo. “Acredito que o autoteste é eficaz e pode ajudar, mas só se aplicado corretamente. Hoje está atrapalhando bastante o controle das notificações pelos órgãos de saúde”, defende.

A dificuldade em registrar o número de pessoas que utilizam o autoteste e, dentre estas, quais estão contaminadas com o vírus e quais não estão, tem sido a maior preocupação. Para que o risco de subnotificação diminua, é necessário que tanto os órgãos públicos quanto as empresas se dediquem a campanhas de conscientização e ações educativas que orientem a população sobre a importância de notificar os serviços de saúde.

É importante salientar também que o autoteste tem a sensibilidade mínima exigida pela Anvisa, que é de 80% - isto é, de cada 100 pessoas infectadas, pelo menos 80 devem obter resultado positivo – porém, por ser aplicada por pessoas leigas é considerado como uma ferramenta de triagem e não de diagnóstico definitivo, que ainda é realizado por profissionais de saúde capacitados.

No entanto, a ferramenta ajuda a pessoa infectada a se isolar mais rapidamente e a evitar o contato desnecessário com os demais, diminuindo as chances de transmissão.

Não há controle de número de testes feitos, diz Prefeitura

A Prefeitura de Indaiatuba informou que não há nenhum mecanismo de controle das farmácias para com a Secretaria de Saúde a respeito da quantidade de testes vendidos e tampouco há resolução da Anvisa que obrigue as farmácias a passarem esse quantitativo. Porém, na bula de todos os tipos de autoteste há a orientação para que, em casos positivos, se busque uma unidade de saúde e só então o exame será refeito e o atendimento clínico recebido.

De maneira geral, a situação atual atrapalha, porque a Secretaria de Saúde fica sem conseguir medir, de fato, a transmissibilidade do vírus, porém Indaiatuba consegue entender a situação através da observação do fluxo nos atendimentos de telemedicina e presencialmente nas unidades de saúde.

Preço do kit varia de R$ 50 a R$ 70 nas farmácias

Os preços dos kits de autoteste para se detectar a Covid-19 variam em média entre R$ 50 e R$ 70. O número de testes que cada pessoa pode adquirir é limitado para cada CPF em algumas farmácias, mas na grande maioria é liberado.

O autoteste é parecido com o teste rápido e foi desenvolvido para ser aplicado por pessoas leigas, em casa.

O kit é composto por dispositivo de teste, tampão de extração, filtro e swab – uma espécie de cotonete utilizado para coletar a secreção nasal.

Depois da coleta, o material deve ser depositado no dispositivo e o resultado sai em até 20 minutos.

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