Publicado em 26/02/2014 às 15h48 Estado de São Paulo Turismo
Depois de quase 25 anos atuando na cidade, a tradicional escola de paraquedismo Azul do Vento transfere os treinos, aulas e saltos-duplos para outros ares.
O intenso tráfego aéreo em Campinas com a ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos e a elevação do Aeródromo dos Amarais para Aeroporto Estadual, obrigou a Azul do Vento, uma das mais tradicionais escolas de formação de paraquedistas do Brasil, a buscar literalmente outros ares.
Para oferecer maior segurança aos paraquedistas, tanto os atletas que formam a equipe várias vezes recordista como os interessados em experimentar as sensações da queda livre e voo panorâmico no salto duplo, a Azul do Vento transferiu todas as atividades aéreas para o Aeroporto de São João da Boa Vista, a 100 km de Campinas e manteve apenas seu escritório nos Amarais.
Os saltos já têm sido realizados aos sábados e domingos e, durante a semana, por agendamento. A capacidade é de atendimento de 30 alunos e 100 saltos duplos por mês. Os agendamentos para saltos duplos, aulas ou outras informações podem ser obtidos por meios do telefone (19) 3246-0455.
Para se ter uma ideia, o tráfego aéreo cresceu 403% entre 2006 e 2013 em Campinas. Há oito anos o Aeroporto Internacional de Viracopos e o Aeroporto Campos dos Amarais registravam, em media, 110 voos diários, contra os 554 atuais. A cidade tem um pouso ou decolagem a cada dois minutos e meio. No período da Copa do Mundo, - de 12 de junho a 13 de julho - o tráfego aéreo deve chegar a 838 voos diários, o que representa uma alta de 51,26%.
Azul do Vento
Fundada em 1979, em Campinas, no interior de São Paulo, a Azul do vento tornou-se referência mundial em paraquedismo, tendo à frente a família Pettená. Nos 24 anos em que funcionou no antigo Aeródromo dos Amarais, a equipe bateu 10 recordes, sendo nove de Trabalho Relativo (TR) ou Formação em Queda Livre (FQL). Em 2003, por exemplo, a Azul do Vento bateu o recorde de maior formação em queda livre constituída por atletas de um mesmo clube, construindo no céu um diamante de 64 paraquedistas em 2003.
Com o crescimento da região dos Amarais e o aumento do número de vôos em Viracopos, não havia mais segurança para as atividades de paraquedismo. Em fevereiro de 2012, após negociações com a Prefeitura de São João da Boa Vista, conseguimos transferir para o Aeroporto daquela cidade as aulas, os treinos da equipe e os saltos duplos.
Atualmente, a equipe coordenada por Marcos Pettená (52 anos, nascido em São Paulo, mas residente em Campinas desde os 9 anos), também diretor da Azul do Vento, é formada por Vitor Leandro (41 anos, de Campinas), Greike Pucci (única mulher da equipe, 32 anos, de Rio Claro), Adilson Pagliotto (43 anos, de Catanduva), Antonio Raposo (60 anos, de Campinas), André Zanchetta (36 anos, de Casa Branca), Gustavo Varzone (30 anos, de São João da Boa Vista), André Regra (37 anos, de Jundiaí), Igor Teófilo (26 anos, São João da Boa Vista e também dobrador) e José Murilo Barauna (22 anos, de São João da Boa Vista e também piloto de lançamento de paraquedistas). Eles têm treinado todos os finais de semana para as competições que serão realizadas a partir do segundo semestre de 2014, entre eles o Campeonato Brasileiro e a Copa Fly Factory.
Nova Estrutura
Com a transferência para o Aeroporto Municipal de São João da Boa Vista, a Azul do Vento investiu em uma estrutura de alto nível, com hangar próprio, espaço para instrução, guarda da aeronave, sala de aula, banheiros, manifesto (secretaria) e um restaurante exclusivo.
Tanto para os alunos e como para os saltos duplos, a Azul do Vento conta com avião próprio - um Cessna 182, totalmente adaptado para a prática do paraquedismo -, além de equipamentos novos de última geração e de vários tamanho. A grande experiência de seus instrutores garante um salto seguro e emocionante.
Mas não é só a infraestrutura que têm atraído os amantes da prática aerodesportiva a São João da Boa Vista: o pôr-do-sol é um lindíssimo espetáculo que apenas os paraquedistas têm o privilégio de apreciar do alto.
Salto duplo
O salto duplo foi inventado nos anos 1980 para que as pessoas possam vivenciar a experiência do paraquedismo, tanto a queda livre quanto a navegação, mesmo sem a intenção de adotá-lo como esporte. É como se o “passageiro” pegasse uma “carona”, com o paraquedista. O passageiro veste um harness (embora a tradução literal seja “arreio”, trata-se numa espécie de cinto de segurança vestido pelos braços e pernas e ajustado ao corpo com fechamento no peito e na cintura), sendo preso ao paraquedista por mosquetões (ganchos de aço de alta resistência fixados na cintura e nos ombros).
O paraquedas está nas costas do instrutor. Trata-se de um equipamento especial, superdimensionado para duas pessoas, já que é capaz de suportar cerca de 350 quilos, o que excede, com segurança, os pesos somados do instrutor e do passageiro. O paraquedas retangular (vela) – tipo asa, mochila e harness - é próprio para o salto duplo por ser altamente seguro, dirigível e por permitir maior precisão de pouso.
A experiência para o passageiro é incrível: a uma altura de cerca de 3.800 metros acima do chão (12 mil pés) conectado ao instrutor, o “carona” pode curtir a emoção de um mergulho em uma queda livre, a 200 km/h, que dura aproximadamente 40 segundos. Quando, então, o paraquedas é aberto e começa a navegação, ambos podem apreciar uma vista privilegiada em um voo panorâmico que varia de cinco a oito minutos, até o pouso.
O instrutor conversa o tempo todo com o passageiro, orientando-o sobre a navegação, para um pouso suave e até chamando a sua atenção para detalhes a serem apreciados no voo.
Quem pode saltar
Basicamente todas as pessoas que gostam de sentir o aumento da adrenalina estão aptas à prática do paraquedismo, exceto, obviamente, as que sofram de distúrbios ou doenças mentais ou cardíacas, ou que tenha algum comprometimento físico que limite a execução do salto. O paraquedismo é seguro e os riscos são praticamente os mesmos de todos os esportes que envolvem alta velocidade, altura e gravidade.
O salto duplo pode ser realizado por pessoas entre 16 e 100 anos, que queiram sentir a emoção do salto, sem ter que fazer todo o curso. O peso máximo recomendado é de até 95 quilos, embora seja considerada a relação peso X altura e a mobilidade, para evitar que instrutor ou passageiro se machuquem.
As restrições são praticamente as mesmas que para as viagens de avião: não ter praticado mergulho nas últimas 24h (pois existe o risco de embolia); não ter doado sangue nas últimas 24h (recomendação médica); não estar com nariz e/ou ouvidos congestionados (pode causar um ferimento no tímpano, por não conseguir descomprimir o ar); não ter menos de 16 anos; e passar por avaliação médica prévia caso apresente qualquer condição física adversa, como problemas cardíacos, respiratórios, ortopédicos, de labirinto, convulsões, desmaios, ou de qualquer natureza que possa vir a restringir ou até impedir a pessoa de realizar um salto de paraquedas.
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