Publicado em 15/03/2022 às 09h29 Indaiatuba Trabalho e emprego
Por G1 Campinas e região
A Toyota do Brasil informou a prorrogação da suspensão temporária da produção em sua fábrica de Indaiatuba (SP), onde o Corolla sedã é produzido. A nova previsão de retomada ao trabalho é a próxima segunda-feira (21), uma semana a mais do que havia sido projetado inicialmente.
Em nota, a multinacional informou que o motivo é uma falta de insumo que afeta a cadeia de suprimentos global, provocada pela pandemia de Covid-19.
Também apontou que tem realizado esforços para gerenciar o déficit, mas que uma parada neste momento é inevitável.
Em nota divulgada na última quarta-feira (9), a Toyota também comunicou que "vem buscando soluções que minimizem os impactos ao consumidor e que mantém diálogo constante e aberto com seus fornecedores, além de aplicar em suas unidades o TPS – Toyota Production System – como forma de minimizar o grande impacto que essa situação atípica vem causando em sua operação e em toda a sua cadeia de fornecedores."
A empresa acrescentou que, nesta segunda-feira (14), as demais unidades localizadas em São Bernardo do Campo, Porto Feliz e Sorocaba, estão com suas atividades normais.
Esquema de compensação em discussão
O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região informou que o esquema de compensação de horas desse período de paralisação das atividades está em discussão.
"A fábrica está parada essa semana toda e ela apresentou uma proposta de compensação pra gente que nós vamos discutir com eles. Discutir com eles significa tentar negociar a melhor maneira para os trabalhadores, porque eles não têm responsabilidade pela paralisação", afirmou o presidente da entidade, Sidalino Orsi Júnior.
Orsi Júnior e a empresa não informaram nesse momento qual é a proposta, mas o sindicalista adiantou que "não existe a menor possibilidade" dos trabalhadores compensarem 100% das horas de paralisação.
Ataque hacker e produção russa
No último dia 1º, o governo japonês informou que um ataque hacker foi responsável por problemas registrados em um fornecedor local da Toyota. A ação obrigou a montadora a paralisar a produção por um dia no país.
A empresa informou que, devido ao problema, suspendeu a produção em todas as 28 linhas de suas 14 fábricas japonesas. O porta-voz do governo, Hirokazu Matsuno, confirmou o ataque hacker contra a fornecedora de peças Kojima Industries, mas declarou que o caso ainda está sendo investigado e não revelou mais detalhes.
A montadora disse, na mesma semana, que a produção no Brasil não havia sido afetada pelo problema no Japão.
Matsuno também alertou que "o risco de ciberataques cresce devido à situação atual, incluindo a Ucrânia", e pediu às empresas que fortaleçam medidas contra esses incidentes, destacou a agência de notícias France Presse.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse que o governo iria investigar se a Rússia estava envolvida no incidente.
Com as sanções econômicas aplicadas contra a Rússia por causa da invasão à Ucrânia, diversas empresas deixaram de fazer negócios no país. A Toyota também anunciou a suspensão da produção na sua única fábrica russa e a interrupção do envio de veículos para o país, citando "interrupções na cadeia de suprimentos" ligadas à guerra.
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