Publicado em 04/12/2025 às 16h53 Brasil Saúde
A tirzepatida foi aprovada pelo FDA, a agência reguladora dos Estados Unidos, em 2022 e rapidamente ganhou destaque pela alta eficácia no controle do diabetes tipo 2 e na redução de peso. Desde então, tornou-se um dos medicamentos mais discutidos da última década.
Estudos clínicos de fase 3 demonstram perda média de até 20% do peso corporal em pacientes com obesidade quando o tratamento é realizado dentro de protocolos rigorosos, aliado a dieta equilibrada e prática regular de exercícios. Além da perda de peso, pesquisas apontam benefícios metabólicos, melhor controle glicêmico e redução de inflamação sistêmica.
Globalmente, a tirzepatida — comercializada sob nomes como Mounjaro® — já representa uma das maiores fontes de receita de sua fabricante. Apenas nos três primeiros meses do ano, as vendas chegaram a cerca de 10 bilhões de dólares. Em publicação nas redes sociais, o médico Dr. Adriano Faustino destacou que a indústria por trás do Mounjaro teria alcançado um valor de mercado próximo de 1 trilhão de dólares, evidenciando o impacto econômico da molécula. Sem concorrentes diretos, o medicamento mantém “controle absoluto” do setor, em um monopólio que influencia preços, estratégias comerciais e distribuição.
“O problema não é a tirzepatida, é o uso irresponsável. Estamos vendo um medicamento extremamente potente ser transformado em atalho. Isso é perigoso”, afirma o Dr. Adriano Faustino, médico nutrólogo, especialista em medicina integrativa e funcional e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Obesidade (SBEMO).
Mercado clandestino cresce no Brasil
Com a explosão da demanda e o preço elevado, o mercado ilegal também se expandiu. Operações policiais recentes identificaram laboratórios improvisados, clínicas estéticas e influenciadores digitais envolvidos na produção e venda de versões falsificadas da tirzepatida. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em quatro estados, resultando na apreensão de um jatinho, carros de luxo e relógios de alto valor, reflexo da dimensão do negócio clandestino.
Os riscos são severos. Produtos irregulares podem conter doses incorretas, contaminantes microbianos ou mesmo ausência total do princípio ativo.
“A pessoa que recebe um produto fora da cadeia regulada está literalmente submetendo seu corpo a um experimento sem controle”, alerta Dr. Adriano Faustino.
Impactos clínicos do uso inadequado
O uso da tirzepatida sem acompanhamento médico especializado pode causar efeitos indesejados significativos. Dados clínicos e relatos de campo indicam que até 82% dos pacientes podem perder massa muscular quando o medicamento é utilizado sem protocolo adequado e, ao interromper o tratamento, tende a ocorrer recuperação predominante de gordura, não de músculo.
Também são mencionados riscos de hipoglicemia, alterações digestivas e perda de eficácia do tratamento quando não há orientação profissional.
“A tirzepatida abre uma janela metabólica; se o paciente não a atravessa com dieta, sono e exercício, o remédio vira paliativo temporário”, reforça Faustino.
Potencial terapêutico real
Além da perda de peso, estudos apontam efeitos promissores da tirzepatida em condições como doenças hepáticas, diabetes, lipedema e até alguns tipos de câncer. A molécula atua em múltiplas vias hormonais e metabólicas, oferecendo vantagens terapêuticas únicas.
Mas os especialistas são categóricos: nenhum desses efeitos se completa sem acompanhamento médico e mudanças de estilo de vida.
“Há potencial terapêutico real, mas não é solução mágica — e tem riscos quando mal usado”, destaca Dr. Faustino.
Pressão econômica, desinformação e riscos sociais
O domínio absoluto da tirzepatida no mercado cria um cenário complexo. A ausência de concorrentes permite forte controle de preços e estratégias de distribuição. Ao mesmo tempo, a demanda crescente, aliada ao marketing digital e à cultura do “emagrecimento rápido”, alimenta vulnerabilidade na população.
Influenciadores digitais que promovem o medicamento sem critérios aumentam a desinformação e o risco de efeitos adversos.
“Quando há tanto dinheiro em jogo, aumenta a pressão para monopólio de mercado e para práticas que não priorizam a saúde pública”, afirma o médico.
Também há impactos sociais importantes: golpes online, risco sanitário elevado e aumento de internações relacionadas a produtos falsificados compõem o panorama atual.
Recomendações para uso seguro
Especialistas recomendam:
Verificar a procedência do produto, sempre exigindo nota fiscal de farmácias ou clínicas credenciadas.
Desconfiar de ofertas “baratas” em redes sociais.
Priorizar acompanhamento médico especializado.
Associar o tratamento a mudanças reais no estilo de vida: alimentação, sono e atividade física.
Com um monopólio consolidado e grande influência econômica, a tirzepatida segue como protagonista no mercado global. Mas, diante dos riscos do uso inadequado, cresce a necessidade de cautela, educação em saúde e supervisão responsável.
“O paciente deve entender que não existe atalho seguro: acompanhamento médico, estilo de vida adequado e atenção à procedência do medicamento são fundamentais para qualquer resultado efetivo e seguro”, conclui Dr. Adriano Faustino.
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