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Setembro também é o mês de conscientização sobre Alopecia Areata

A dermatologista Enilde Borges Costa explica a condição médica, e Beatriz Santos relata como é o cotidiano com Alopecia

 Publicado em  17/09/2021 às 15h41  Indaiatuba  Saúde


Bárbara Garcia
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Você já ouviu falar em Alopecia Areata? É uma doença autoimune - que é quando o organismo ataca ele próprio - que causa queda de cabelos. Ela pode acontecer de forma parcial, quando o paciente tem apenas alguns episódios de queda; total, quando todo o cabelo cai; ou universal, que é quando todos os pelos do corpo caem, inclusive sobrancelha e outros.

"A Alopecia Ateata tem incidência de 2% da população geral, com equivalência entre homens e mulheres. Proporcionalmente, no Brasil, existem cerca de 2 milhões de pessoas com esse diagnóstico, “o que não é pouco”, afirma a dermatologista.

Segundo a dermatologista Enilde Borges Costa, que tem experiência com doenças autoimune, a doença é multifatorial: existem componentes genéticos, influências causadas por mudanças hormonais e também um fator emocional.

Mas ela alerta: “é preciso olhar o estresse, a parte emocional, com muita seriedade, pois o paciente pode sentir que a manifestação da doença foi culpa dele, de alguma forma, o que não é verdade”, explica ela.

Desde 2003, ela criou um grupo de apoio para pacientes com Alopecia, o AAGAP, com o objetivo de reunir essas pessoas, para que elas percebam que não estão sozinhas nessa vivência, é que podem contar com o apoio umas das outras.

A jornalista Beatriz Santos, de 30 anos, teve seu primeiro episódio de Alopecia Areata aos 16 anos, quando foi ao cabeleireiro se arrumar para um casamento. “Eu tinha um cabelo muito comprido e percebi uma falha. Fui em vários dermatologistas, até que recebi o diagnóstico”, conta.

Beatriz explica que em um primeiro momento, ela decidiu fazer alguns tratamentos com o remédio corticoide, para tentar evitar a queda do cabelo.

“Foram alguns meses tratando, mas fiz um exame e percebi que estava tendo perda óssea, por causa do corticoide. Tinha 17 anos e já estava com começo de osteoporose”, relembra.

Foi então que, depois de um processo emocional difícil, e sempre com a ajuda de tratamento psicológico, ela chegou à conclusão de que seria melhor para ela enfrentar as consequências da queda de cabelo.

“Foi no segundo ano da faculdade, no período das férias, com 19 anos, que o cabelo caiu. No começo tentei usar peruca, mas não me senti bem, parecia que estava me escondendo”, relembra.

Depois, Beatriz passou a usar lenços e chapéus. “Como eles deixavam claro que já não tinha cabelo, me sentia mais confortável, sem que vi parecesse que estava escondendo algo”.

Depois de um tempo, ela resolveu assumir de vez o visual careca. Como Trabalho de Conclusão de Curso da Faculdade de Jornalismo, produziu, em parceria com a colega Andressa Pedras, o livro-reportagem: “Era uma vez um cabelo: Alopecia Areata em histórias reais”, e diz que tem muito orgulho do projeto, que foi lançado comercialmente pela Editora Paulinas em 2017.

A Alopecia Areata não causa nenhum mal ao organismo, e como explica a Drª Enilde, “é imprevisível, pode ser que o cabelo volte a crescer e pronto, ou pode crescer e voltar a cair, ou cair permanentemente, não dá pra saber”. A médica relata que ao dar apoio para esses pacientes, ela amadureceu e aprendeu muitas coisas, e a principal delas, é de que a própria vida é imprevisível.

Para Beatriz, o maior obstáculo que a doença causa é social. “O constrangimento vem do fato de que não está no padrão de beleza, principalmente para as mulheres, não ter cabelo”, mas ela defende: “não precisamos ser iguais, nem cumprir padrão nenhum”.

Beatriz conta que muitas vezes as pessoas a abordaram pensando que ela estava em um tratamento de câncer, e que é uma situação chata, mas que ela compreende, e não se incomoda com as perguntas.

Para conhecer um pouco mais do dia a dia dela, e dos conteúdos que ela produz abordando a Alopecia Areata, siga a no perfil do Instagram @bea_eraumavezumcabelo .

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