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Saúde define plano inédito para atender a vítimas de desastres em eventos de massa

Durante os jogos da Copa, equipes da Saúde estarão de prontidão

 Publicado em  28/05/2014 às 14h00  São Paulo  Copa do Mundo


Durante os jogos da Copa, equipes da Saúde estarão de prontidão nas imediações e dentro da Arena Corinthians com diversos equipamentos, que podem ser utilizados durante eventuais situações de contingência, incluindo tendas que podem servir como hospitais de campanha, antídotos e equipamentos especiais para assistência a vítimas de bioterrorismo e emergências químicas; unidades de saúde receberão dicionário de termos médicos em 11 línguas

         A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo definiu um Plano de Contingência inédito para garantir o eventual atendimento médico de vítimas em caso de desastres nos eventos de massa ocorridos no Estado, a exemplo da Copa do Mundo da FIFA, que começa no próximo dia 12 de junho. O investimento será de R$ 8,2 milhões.

         Durante os dias de jogos da Copa na capital paulista, duas tendas infláveis, em um raio de um quilômetro do estádio do “Itaquerão”, poderão ser utilizadas como hospitais de campanha, com equipes formadas por médicos e enfermeiros que estarão à disposição para atendimentos emergenciais, além de equipamentos, remédios e itens de primeiros-socorros. Elas só serão armadas em caso de necessidade. 

         Durante todos os dias da Copa do Mundo, os médicos do GRAU (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências) da Secretaria, “tropa de elite” do resgate médico estadual, além de estarem equipados com uma mochila contendo os principais materiais de atendimento pré-hospitalar, terão à mão kits com diferentes tipos de antídotos para a desintoxicação dos pacientes no caso de ataques ou acidentes com produtos tóxicos ou mesmo no caso de emergências químicas e bioterrorismo.

         Nas partidas, dois médicos e dois enfermeiros do GRAU irão atuar dentro do “Itaquerão” e estarão de prontidão para auxiliar a equipe da FIFA em casos de contingências, na prestação do primeiro atendimento, com apoio de um médico na Central de Regulação para o encaminhamento de vítimas aos hospitais da região. Também haverá um médico no Centro Integrado de Comando e Controle Regional. 

        Para facilitar o atendimento médico a turistas estrangeiros, a Secretaria confeccionou um manual de palavras e termos médicos traduzidos em 11 idiomas, com cinco mil exemplares, a serem usados pelas equipes do GRAU e pelos hospitais definidos como referência para o atendimento. Esse manual será utilizado como um “dicionário” e inclui palavras como partes do corpo humano, doenças, sintomas, diagnósticos e outras expressões usadas por médicos e enfermeiros.Duas barracas-chuveiro e 10 chuveiros infláveis irão garantir o processo de descontaminação de eventuais vítimas de emergências químicas e bioterrorismo, apoiando o Corpo de Bombeiros e as Forças Armadas. Os chuveiros serão distribuídos a hospitais considerados estratégicos, definidos pela Secretaria. Além disso, os hospitais irão receber antídotos específicos, como para casos de envenenamento por cianeto e até mesmo por armas químicas, como gás sarin.

         A Secretaria também providenciou compra de botas, luvas, máscaras e roupas especiais para emergências químicas e biológicas, tenda de pressão negativa e macas para transporte de vítimas contaminadas, entre outros materiais

       Todos os hospitais sob gestão estadual da região metropolitana entregaram à Secretaria seus respectivos Planos de Contingência para atendimento de vítimas de desastres. A Fundação Pró-Sangue, responsável pelo abastecimento de 128 hospitais na Grande São Paulo, elaborou também um plano para gerenciamento de atendimento a desastres e catástrofes.

         Quinze hospitais, em princípio, serão utilizados para encaminhamento de torcedores feridos no caso de alguma contingência. Eles estão situados na zona leste de São Paulo ou em cidades do entorno, como Guarulhos, Santo André, Itaquaquecetuba e Ferraz de Vasconcelos (veja lista abaixo).

         Outros 11 também poderão ser utilizados, dependendo do número de acidentados, incluindo o Hospital das Clínicas, a Santa Casa de São Paulo e o Hospital São Paulo, da UNIFESP/SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina).

         Em uma situação excepcional, com milhares de vítimas, todos os hospitais da região metropolitana serão acionados. O hospital mais próximo do estádio é o Santa Marcelina de Itaquera. 

         O plano de contingência contempla, ainda, um planejamento de fluxo de solicitações e atendimento constituído entre o Aeroporto de Guarulhos e Viracopos, Porto de Santos e a Secretaria da Saúde. Com o estabelecimento deste fluxo, a pasta manterá canal direto com o aeroporto, prestando orientações e enviando médicos e enfermeiros para o local, se necessário.

         Em 2013 a pasta organizou e realizou 13 treinamentos, teóricos e práticos, nas áreas de atendimento a emergências químicas, bioterrorismo, ações táticas, emergências nucleares e comando de incidentes. No total, 120 médicos e enfermeiros foram capacitados.  “A Copa é um evento de massa gigantesco, atraindo torcedores brasileiros e turistas dos quatro cantos do mundo. Os olhos de três bilhões e meio de pessoas se voltarão para o que acontecer no Brasil e em São Paulo. Por isso São Paulo se preparou para garantir a devida estrutura de resgate e atendimento a eventuais vítimas de desastres, com diversos profissionais altamente preparados para agir de forma rápida e eficiente”, afirma David Uip, Secretário de Estado da Saúde de São Paulo.

         Sobre o GRAU

         O GRAU (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências E Emergências) é referência nacional e até mesmo internacional em resgate médico e atendimento a desastres. A “tropa de elite” da Secretaria esteve presente em tragédias históricas, como a explosão do Osasco Plaza Shopping (1996), queda do teto da Igreja Renascer, quedas das aeronaves da TAM (1996), Gol (2006) e a dos Mamonas Assassinas (1996), além das enchentes que atingiram Santa Catarina (2008), São Luiz do Paraitinga, no interior paulista (2010), Alagoas (2010) e Itaóca (2014).

Os cerca de 80 profissionais do GRAU especializados em catástrofes e atendimento a vítimas de acidentes realizam aproximadamente 18 mil socorros médicos por ano. Na capital paulista as cinco bases terrestres do serviço ficam na Praça da Sé, Casa Verde, Cambuci, Butantã e Itaquera.

A equipe do GRAU, que passa por diferentes e exaustivos treinamentos, como negociação em sequestros e balística, por exemplo, integra um sistema de resgate composto também pelo Corpo de Bombeiros e o Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar.

Além de participar de ações áreas de resgate médico, por meio dos helicópteros Águias da Polícia Militar, o GRAU também disponibiliza viaturas rápidas, com especialistas e equipamentos aptos à prestação de atendimento rápido para a vítima ainda em rua, antes da chegada de uma ambulância.

 

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