Publicado em 24/07/2025 às 07h00 Itu Educação
Psicopedagoga Luciana Nunes Vaccari em sua participação no podcast Os 6 Gatinhos
Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão
O uso de redes sociais e telas por crianças e adolescentes exige atenção urgente. É o que alerta a psicopedagoga Luciana Nunes Vaccari em sua participação no podcast Os 6 Gatinhos, onde falou sobre os efeitos negativos já comprovados desse excesso e a importância de limites, presença ativa dos pais e diálogo constante. “Hoje nós já temos dados comprovados de que faz mal. Não é uma fala para assustar, é uma realidade. O impacto neurológico é negativo. Crianças até dois anos não devem usar telas. Zero. E a partir daí, precisa de muito cuidado e supervisão.”
Luciana compara o ambiente digital à exposição física em locais perigosos. “Se você não deixaria seu filho de 10 anos sozinho em uma praça de cidade grande, por que deixa ele solto nas redes sociais? É isso que muitos estão fazendo. E eles não têm maturidade emocional pra lidar com isso.”
Ela reforça que adolescentes precisam ser acompanhados e que a ideia de “privacidade” não pode ser confundida com abandono parental. “Quem paga o celular e a internet? Ainda é o pai e a mãe. Então sim, você tem acesso. Não de forma invasiva, mas com diálogo. Se um filho diz: ‘é meu, você não pode mexer’, isso já mostra que falta proximidade, respeito e conversa em casa. Onde não há vínculo, não há confiança.”
Consequências para a saúde emocional e desempenho escolar
O uso exagerado das telas, segundo Luciana, impacta diretamente no emocional e até no desempenho escolar. “A criança que não consegue interpretar um texto, muitas vezes é a mesma que está imersa em telas o tempo todo. Isso afeta a autoestima, a concentração e pode desencadear reações como agressividade e inquietação.”
Ela afirma que os danos estão cada vez mais visíveis nas escolas. “A nossa aula ainda é majoritariamente expositiva. Se a criança já chega com déficit de atenção, ansiedade e baixa autoestima, ela não aprende. Não entende o conteúdo, não se sente capaz, e isso vai virando um ciclo de frustração que pode se expressar em comportamento agressivo ou total apatia.”
O exemplo começa pelos adultos
Outro ponto destacado é o exemplo dado pelos responsáveis. Para Luciana, é incoerente exigir que o filho largue o celular se os próprios pais estão o tempo todo conectados. “Criança aprende pelo olhar. Se você quer que seu filho largue o celular, ofereça algo em troca: convide para ajudar na cozinha, para conversar, para montar algo junto. Diga ‘vem aqui comigo’. É diferente de apenas mandar largar a tela para ficar sozinho.”
Ela ressalta que é preciso sair da zona de conforto e assumir o papel de educar ativamente, mesmo que isso exija esforço e renúncia. “Ser mãe, ser pai, não é só dizer, é ocupar o lugar. Não dá pra fazer omelete sem quebrar os ovos. Todo mundo quer ser a mãe leoa, mas tem que ranger os dentes também. Foi uma escolha. E se a gente quer construir alguém com saúde emocional no futuro, temos que abrir mão de algumas coisas.”
Um mundo solitário por trás dos perfis
Luciana também alerta para a criação de múltiplos perfis em redes sociais por parte de adolescentes, que usam diferentes personagens para agradar públicos distintos. “Se ele tem a necessidade de criar esses mundos irreais, perfis falsos, histórias inventadas, que mundo é esse que ele está vivendo? É um vazio, é triste. E onde estão os pais nesse cenário? Cadê o diálogo?”
Tempo de tela recomendado e ansiedade infantil
De acordo com a especialista, o tempo de exposição às telas deve ser controlado: até 3 anos, no máximo 1 hora por dia; entre 11 e 18 anos, até 3 horas por dia, com pausas e supervisão. No entanto, muitas crianças passam mais de quatro horas seguidas conectadas. “Está comprovado que o uso excessivo de telas provoca ansiedade. E não é qualquer ansiedade, é uma ansiedade angustiante, que gera sofrimento. Isso tem sido naturalizado, mas não é normal.”
Luciana finaliza com um convite à reflexão: é preciso reconstruir a convivência dentro de casa. “Às vezes, a família está tão desconectada que virou apenas um grupo de pessoas morando juntas. E quando não tem vínculo, os eletrônicos entram com os dois pés no peito. Porque substituem a ausência.”
A entrevista completa com Luciana Nunes Vaccari está disponível no canal do Mais Expressão no YouTube.
Galeria de mídia desta notícia
Livros podem ser ótimos pontos de partida para desafios mão na massa
Alunos do Colégio Meta vivenciam projeto sobre ancestralidade e respeito
Colégio Meta promove inesquecível noite de autógrafos dos estudantes
Descobertas e criatividade se destacam na mostra de projetos do Colégio Meta
Educar começa em casa: Ester Sartori destaca o papel da família na formação emocional das crianças
Meta Inspira, o Luau do Terceirão, foi pura emoção, alegria e acolhimento
Fiec abre Processo Seletivo para professores do Programa Educação Profissional Paulista (EPP)
Conheça o Guia Expressão e crie sua página na Internet. Baixo investimento e alto poder de conversão.
Clique aqui e solicite!
O Troféu Frutos de Indaiá tem o significado de sucesso e vitória. Uma premiação pelo esforço contínuo e coletivo em direção à excelência.
Confira como foi o Frutos de Indaiá 2022.