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Recessão terá efeito mais devastador que o próprio vírus

Ministro da Saúde considera rever quarentena para evitar colapso

 Publicado em  27/03/2020 às 10h17  Brasil  Coronavírus


Adriana B. Lourencini

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Especialistas ressaltam que a pandemia do coronavírus deve levar a economia a uma recessão nunca antes vista no mundo. Segundo eles, as medidas adotadas pelos governos mundiais com o objetivo de conter o avanço da doença poderá gerar impactos desastrosos, bem maiores do que os causados pelo próprio vírus.

Em curto prazo, os economistas apontam que a riqueza mundial medida pelo PIB terá redução relevante. Já a longo prazo, as ações de combate à Covid-19 irão mudar definitivamente a maneira como nações e empresas realizam negócios.

Em nível regional, também é possível traçar um panorama de como os municípios serão atingidos pelo lockdown (termo em inglês utilizado para a suspensão das atividades). O professor de Ciências Contábeis da UniMax, Paulo Sérgio Granato, explica em detalhes sobre os efeitos das medidas relativas ao isolamento social na economia de um modo geral.

De acordo com Granato, que também atua como administrador de redes de computadores no Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Indaiatuba, a possibilidade emergente é trabalhar de forma remota. “Acredito que a criação de outras soluções como delivery e atendimento domiciliar poderá minimizar um pouco os impactos para empresas e profissionais autônomos que não têm a opção de trabalhar em casa”, avalia.

Os bancos estão oferecendo empréstimos com juros menores e prazo maior para pagamento. Questionado sobre isso, Granato salienta que isso pode representar uma cilada. “Para os que têm necessidades pontuais pode ser uma boa saída. O ideal é aguardar as medidas do governo e, no caso, utilizar os bancos públicos ou o BNDES, dependendo do empréstimo”, orienta.

Sobre a quarentena de 30 dias, determinado pelo governo, Granato alerta que as empresas não vão conseguir chegar até o fim do período. “Se fosse uma paralisação vertical não haveria muitos problemas, mas com a horizontal, muitas vão quebrar”, analisa o professor.

Quarentena vertical

O pronunciamento feito pelo presidente Jair Bolsonaro, na última quarta-feira (25), gerou diversos debates e uma verdadeira “guerra virtual” entre apoiadores e adversários do governo federal. Segundo ele, o Brasil terá quarentena só para idosos e pessoas portadores de comorbidades.

O presidente solicitou ao ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, que seja feito o “isolamento vertical” dos grupos de risco para o novo coronavírus (covid-19). Já no modelo de isolamento horizontal, toda a população fica isolada, o que pode levar a economia a um colapso sem precedentes.

Após o pronunciamento de Bolsonaro, Mandetta declarou que há outros meios para organizar a quarentena, e que esta foi “pensada de forma precipitada. Não vamos fazer nada que a gente não tenha confiança. Antes de adotar o fecha tudo, existe a possibilidade de trabalhar por bairro, existe a possibilidade de fazer redução em determinados aparelhos.", reforçou o ministro.

Os economistas alertam para o fato de que as nações mais ricas do mundo, como os Estados Unidos, por exemplo, deverão descer ao patamar de países com menor poder aquisitivo, onde se enquadram o Brasil, México, Argentina, Itália, entre outros. Inclusive, as nações mais pobres é que terão maior número de falências no setor privado.

A tendência é a de que as grandes companhias também dominem o espaço de mercado antes ocupado pelos pequenos e médios empreendedores que não resistirem ao período.

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