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Psicopedagogia contribui na reabilitação de crianças com autismo, lesões neurológicas e síndromes

Para a Psicopedagoga Anny Martinelli, o trabalho ajuda no processo de aprendizagem

 Publicado em  30/07/2021 às 15h03  Indaiatuba  Saúde


Bárbara Garcia
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Anny Caroline Martinelli dos Santos tem 30 anos, é graduada em Pedagogia e Licenciatura em Letras, com especializações em Psicopedagogia, tratamento do autismo, Atendimento Educacional Especializado (AEE) e outros cursos, que a tornam cada vez mais capacitada para oferecer o melhor atendimento. “Gosto muito de estudar, então nunca paro” conta ela, que atualmente é Coordenadora de uma equipe de psicopedagogos em várias unidades de uma clínica de reabilitação para crianças.

Segundo ela, a psicopedagogia é o campo de estudos dos processos de aprendizagem, criando estratégias quando a criança apresenta algum tipo de dificuldade no desenvolvimento global, podendo ser uma lesão neurológica, diferentes graus do TEA (transtorno do espectro autista), ou até mesmo síndromes.

“Psicopedagoga não é professora de reforço, como alguns pensam. Nós construímos estratégias para contribuir com o aprendizado, de diferentes maneiras. Avaliamos e investigamos as dificuldades da criança e trabalhamos para aumentar o repertório dela”, explica a terapeuta.

A abordagem do ABA – sigla para Análise do Comportamento Aplicada – também pode ser feita nas sessões de psicopedagogia, que através um ambiente lúdico e com brincadeiras, consegue propor treinos com leitura, escrita e atividades que contribuem com o raciocínio e a estimulação. Inclusive também é necessário ensinar às crianças coisas mais simples, como “sentar e esperar, por exemplo, já que são requisitos para a alfabetização”, explica Anny.

Ela relembra o caso de um menino de 5 anos, Samuel, com uma síndrome rara, chamada Brown Rahman, um tipo de má formação genética que faz com que um dos lados do corpo acabe não se desenvolvendo completamente: não tem um rim, as mãos são diferentes, sendo que em um dos dedos falta uma falange. Atualmente ele utiliza cadeira de rodas.

Quando começou o tratamento, dois anos atrás, Samuel não aceitava pegar nada com as mãos, e chegava a ficar o tempo todo de braços cruzados. “Ele não aceitava brincar com massinha, muito menos tinta. Tinha aversão a tudo. Mas fui oferecendo as coisas no tempo dele, e com brincadeiras. Hoje em dia ele já aponta para o que quer, e se deixo itens em uma mesa ele se esforça para pegar. Foi uma grande evolução, ele aumentou bastante seu repertório de interesse”, conta a psicopedagoga.

Ela também relata o caso de Anthony, com 7 anos, uma criança com autismo. Quando começou os atendimentos, ele nem mesmo aceitava entrar na sala. Tinha dificuldades com atividades no papel. Aos poucos, através das estratégias pensadas de forma personalizada para ele, hoje ele já desenvolveu as habilidades de leitura e escrita e pede até para Anny traduzir algumas palavras do inglês para o português.

Para ela, o mais gratificante em seu trabalho é ver a evolução das crianças.

“Eu acredito que quanto mais amor damos, mais resultados temos. É preciso sempre acreditar no outro, só assim conseguiremos ir longe. Cada lápis utilizado por aquela criança que antes nem conseguia entrar na sala sem chorar, faz as horas de estudo e o cansaço valerem a pena. Ver os ganhos delas a cada dia, é o que faz com que eu me motive cada vez mais a continuar como terapeuta”. 

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