Publicado em 17/03/2020 às 00h14 Porto Feliz Polícia
Por G1
Detentos do Centro de Progressão Penitenciária de Porto feliz (SP) se rebelaram no fim da tarde desta segunda-feira (16). Segundo o G1 apurou, o motivo da rebelião é a suspensão da saída temporária como forma de medida preventiva para conter o avanço do coronavírus.
Informações dão conta que houve fuga em massa de presos, mas o número não foi divulgado para a reportagem. Os que ficaram promoveram um quebra-quebra na unidade. Colchões foram queimados e houve barulhos de tiros e bombas.
A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal foram acionadas e ficaram do lado de fora da penitenciária, que abriga 1.825 detentos. Não há informações sobre reféns.
Uma fonte ouvida pelo G1 disse que os internos tomaram conta da unidade, enquanto os agentes penitenciários evacuaram o prédio.
Uma equipe de reportagem da TV TEM flagrou diversos presos correndo em uma vicinal. Eles teriam ainda ateado fogo em um canavial próximo da unidade prisional.
A rebelião em Porto Feliz se soma a outras registradas no estado nesta segunda-feira. Houve também rebelião e fuga de presos em Mongaguá, Taubaté e Mirandópolis.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que estão ocorrendo atos de insubordinação nos Centros de Progressão Penitenciária de Mongaguá, Tremembé e Porto Feliz, além da ala de semiaberto da Penitenciária II de Mirandópolis, devido à suspensão da saída temporária, que ocorreria amanhã [terça-feira (17)].
Tanto o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) quanto a Polícia Militar foram acionados e estão cuidando da situação."
Ainda de acordo com a nota, "a medida foi necessária pois o benefício contemplaria mais de 34 mil sentenciados do regime semiaberto que, retornando ao cárcere, teriam elevado potencial para instalar e propagar o coronavírus em uma população vulnerável, gerando riscos à saúde de servidores e de custodiados."
A SAP informou que ainda não é possível saber quantos presos estão foragidos.
Restrição de circulação
Nesta quinta-feira (12), órgãos públicos cujas sedes estão instaladas na cidade de São Paulo implementaram restrições à entrada e circulação de pessoas como forma de contenção e prevenção de infecções por coronavírus.
Nesta segunda-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu suspender audiências consideradas não urgentes e vetou a presença do público em julgamentos e em fóruns para evitar o contágio do coronavírus. A recomendação é que só sejam atendidos casos considerados urgentes.
São considerados casos urgentes em audiências aqueles que envolvem réus presos, menores infratores e alguns casos da área de família.
A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo suspendeu as visitas às pessoas custodiadas na sede da Polícia Federal.
As medidas de segurança para prevenir o contágio pela doença foram anunciadas na sexta-feira (13) e sábado (14) pelo Tribunal de Justiça. As recomendações seguem as orientações divulgadas pelo Conselho Superior de Magistratura.
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