Pandemia antecipa transformações digitais e escolas públicas investem em tecnologia

Denise Katahira
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Com a necessidade de isolamento social devido a Covid-19, as plataformas para aulas remotas se tornaram grandes aliadas das escolas durante a pandemia. E com as escolas fechadas, foi necessário recorrer à tecnologia para manter o cronograma em dia.

Essas plataformas permitem que os professores disponibilizem a aula em vídeo, ao vivo ou gravada. E outras possibilitam a interação direta com os estudantes, trazendo dinamismo para o aprendizado.

Contar com o apoio da tecnologia e incentivar a transformação digital na sala de aula parece ser o caminho natural para as escolas - e a rede pública de alguns municípios está dando exemplos positivos dessa adaptação. Cidades como Indaiatuba, Barueri, Itapevi, Americana e Araras investiram e investem em programas para trazer tecnologia ao ensino público.

Juntas, essas cidades estão em vias de capacitar mais de 10.000 professores e impactar 300 mil alunos, engajando-os em um novo modelo de ensino e aprendizagem

Segundo Beni Kuhn, estudioso e entusiasta da transformação digital em educação e CEO da Colaborativa, o que chama a atenção neste momento é ver o movimento certeiro da educação pública em relação à educação privada.

“Muitas instituições particulares ainda não encontraram uma forma adequada de atender às principais demandas do momento: garantir a aprendizagem utilizando tecnologias e manter os alunos engajados durante esse processo", explica.

Kuhn enfatiza que o digital na educação ganhou força e é um legado que vai permanecer após a pandemia. Mas não é só a tecnologia que vai garantir a inovação necessária para construir a escola do futuro. “O novo conceito de educação já é híbrido, multicanal, e combina ferramentas inovadoras, que, se bem aplicadas, vão mudar a cultura do ensinar”.

Investimento

Indaiatuba assim como as cidades mencionadas acima estão investindo na qualificação de professores e outros profissionais da educação para tirarem o máximo de proveito de ferramentas para aplicá-las a conteúdos pedagógicos. São funcionalidades que exploram as possibilidades do ambiente virtual para aprimorar o conteúdo e a dinâmica de aula, promover maior interação entre professor e aluno, aumentar o engajamento e proporcionar novas possibilidades de aprendizado.

O município que já mantinha iniciativas inovadoras em programas focados na formação dos profissionais da área, também pretende se tornar referência no assunto, com uma capacitação voltada que pretende impulsionar o repertório do uso das ferramentas tecnológicas na rede pública de ensino.

“O investimento na capacitação de seus professores como meio de produzir um conhecimento mais profundo das possibilidades de aproximação entre o pedagógico e o tecnológico é o que permitirá a substituição dos processos analógicos por soluções mais criativas, que saiam do óbvio, incentivem os alunos e criem redes colaborativas e sustentáveis. Esse é o presente/futuro que se apresenta diante de nós”, enfatiza Kuhn

Segundo o CEO da Colaborativa, o modelo tradicional das salas de aula já foi superado. Mas convencido também que a transformação se faz com pessoas e não só com tecnologia.

“Ao investir na formação contínua e na abordagem para a transformação baseada nas pessoas, lembremos que inovar na educação pode significar, inclusive, voltar aos clássicos’.