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Obesidade feminina pode estar relacionada a baixas concentrações de cobalto no sangue

Níveis menores de cobalto no sangue de mulheres com obesidade sugerem que o mineral pode influenciar a regulação genética e o metabolismo

 Publicado em  08/05/2025 às 15h16  Brasil  Saúde


Foto: Divulgação

Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP), da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e da Universidade de Lisboa aponta uma possível relação entre a obesidade em mulheres e baixos níveis de cobalto no organismo. A pesquisa analisou amostras de sangue de 33 mulheres brasileiras e verificou que aquelas com obesidade apresentavam concentrações significativamente menores de cobalto quando comparadas com mulheres de peso considerado normal.

O cobalto é um elemento essencial ao corpo humano, embora seja necessário em quantidades muito pequenas. Ele está presente principalmente na estrutura da vitamina B12 (cobalamina), fundamental para funções como a produção de glóbulos vermelhos, o metabolismo celular e a manutenção do sistema nervoso. Além disso, o cobalto tem papel importante em processos epigenéticos, especialmente na metilação do DNA, um mecanismo que regula a expressão dos genes sem alterar a sequência genética em si.

De acordo com os pesquisadores, a deficiência de cobalto pode afetar diretamente esses processos epigenéticos, prejudicando o metabolismo energético e a resposta inflamatória do organismo. Isso pode, por sua vez, aumentar o risco de desenvolvimento de doenças associadas à obesidade, como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até certos tipos de câncer.

A obesidade, que atinge cada vez mais pessoas no Brasil e no mundo, tem causas multifatoriais. Além de fatores genéticos, hormonais e comportamentais, o papel da alimentação tem sido cada vez mais discutido no meio científico. O novo estudo sugere que não apenas a quantidade de calorias ingeridas deve ser observada, mas também a qualidade nutricional da dieta, especialmente em relação à ingestão de micronutrientes como o cobalto.

A pesquisa ainda é preliminar, mas reforça a importância de uma abordagem mais ampla para o tratamento e prevenção da obesidade. Em vez de focar apenas em dietas restritivas, os especialistas sugerem que se leve em conta o equilíbrio nutricional, a suplementação adequada quando necessário e o acompanhamento profissional contínuo.

Os cientistas agora planejam ampliar o estudo, com mais participantes e grupos diversos, para entender melhor como os níveis de cobalto e outros minerais influenciam a saúde metabólica, especialmente em mulheres. A expectativa é que, com mais evidências, novas estratégias de prevenção e tratamento da obesidade possam ser desenvolvidas, focando também na correção de desequilíbrios nutricionais pouco conhecidos pela população.

Essa pesquisa abre caminho para uma reflexão importante: a obesidade não deve ser vista apenas como resultado de excessos, mas também como uma condição ligada a possíveis carências, inclusive de elementos que atuam em processos tão delicados quanto a regulação genética.

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