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O que descobrimos sobre o cérebro e o comportamento dos nossos pets

No podcast O Futuro em Pauta, a veterinária Vivian Quito revela como a relação afetiva e a rotina influenciam diretamente a saúde emocional de cães e gatos.

 Publicado em  12/11/2025 às 08h00  Campinas  Pets


Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão

Convivemos com animais há milhares de anos, mas o modo como cuidamos e nos relacionamos com eles está passando por uma transformação profunda. Essa é uma das reflexões trazidas pela médica veterinária Vivian Quito, especialista em neurologia veterinária, durante sua participação no podcast O Futuro em Pauta. A entrevista trouxe um olhar ao mesmo tempo afetuoso e científico sobre comportamento, emoções e necessidades de cães e gatos, apontando como nossas escolhas dentro de casa podem influenciar diretamente o bem-estar dos pets.

Gatos e humanos: mais parecidos do que imaginamos

Entre risos e relatos do cotidiano, Vivian explicou que, do ponto de vista neurológico e comportamental, o cérebro do gato se assemelha mais ao do ser humano do que o do cachorro. A forma como o gato expressa incômodo, frustração, afeto ou mesmo “cara de julgamento” não é apenas charme felino: é comunicação. “Se você briga com o gato, ele fica chateado. Eles são muito mais parecidos com a gente. Eles gostam de estar perto, mas também têm o momento de querer ficar sozinhos. É igual a gente: ninguém consegue estar colado o tempo todo”, contou.

As expressões faciais, muitas vezes interpretadas como “desprezo” ou “opinião formada”, são, na verdade, demonstrações legítimas de personalidade e emoções.

Humanização: carinho que acolhe, mas também pode adoecer

A veterinária destaca que ver os animais como parte da família é positivo, eles passam a ser mais bem cuidados, recebem atenção e têm necessidades respeitadas. Porém, há uma diferença importante entre tratar com carinho e tirar do animal o direito de ser… animal. “O problema não é chamar de filho ou colocar na creche. O problema é não permitir que ele tenha o comportamento natural da espécie”, afirma. Para os cães, essa naturalidade envolve: caminhar diariamente (não apenas ter um quintal); sentir cheiros novos; cavar e roer; buscar alimentos de forma ativa, em enriquecimento ambiental.

Gatos, por sua vez, não são tão independentes quanto se imagina. Eles toleram ficar algumas horas sozinhos, mas ficar 24 horas sem companhia pode ser doloroso emocionalmente. A ideia do gato “autossuficiente” é um mito que muitas vezes mascara solidão.

Rotina: o melhor remédio

Vivian enfatiza que rotina é um dos pilares da saúde emocional dos pets, assim como para nós. Animais sem horários definidos para comer, brincar ou passear tendem a desenvolver ansiedade.
“Às vezes, só de organizar os horários, o animal já melhora. Ele fica mais tranquilo porque entende o que vai acontecer.”

Como agir ao chegar em casa?

Uma dica valiosa trazida pela veterinária desfaz uma orientação comum. Quando o cachorro recebe o tutor com festa, ignorar não é uma boa escolha. “Isso gera frustração. Ele estava te esperando. O ideal é responder com calma: dizer ‘oi’, fazer um carinho, e depois, quando tudo estiver tranquilo, brincar. Sem exagero, mas também sem indiferença.”

Pitbulls: afeto, genética e julgamentos

A conversa também abordou os pitbulls, frequentemente vistos sob estigma de agressividade. Vivian explica que, em geral, são cães extremamente amorosos com humanos, e que a forma como são criados e socializados na fase inicial (o chamado imprinting) molda seu comportamento, assim como acontece com crianças humanas. “Eu até brinco: às vezes é mais para ter cuidado com o pinscher na agressividade do que com o pitbull. O pitbull é muito afetivo, se criado com amor.”

A fase que define tudo

Assim como nos humanos, o período de maior neuroplasticidade é determinante.
Nos cães e gatos, até os seis meses de vida, as experiências vividas definem como ele confiará, se relacionará e reagirá no futuro. Traumas, rotina amorosa, brincadeiras, toque e segurança moldam personalidades para a vida inteira.

O episódio completo com Vivian Quito está disponível no canal do Mais Expressão no YouTube.
O Futuro em Pauta vai ao ar todas as quartas-feiras, às 19h30, com apresentação das jornalistas Flávia Girardi e Gabriele Domingues, trazendo conversas que aproximam ciência, comportamento, sociedade e bem-estar.

Assista aqui

 

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  • Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão

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