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O futuro da arquitetura

A Internet das Coisas se tornará a Internet dos Espaços

 Publicado em  12/09/2023 às 16h18  Indaiatuba  Arquitetura e Construção


Foto: Divulgação

“A Internet das Coisas geralmente se refere a tecnologias como o Nest e Fitbit, mas alguma coisa não se torna "mais inteligente" apenas com um circuito e uma conexão com a rede. Haverá várias ramificações no modo como projetamos produtos e espaços. O envelhecimento da geração baby boomer e o envolvimento dos millennials com a tecnologia levará os designers a focarem na interseção entre design e arquitetura para obterem melhores resultados em cada campo”— James R. Wisniewski, Sócio Sênior - Arquitetura, Michael Graves Architecture & Design.

A Internet das Coisas - essa tendência de objetos como fechaduras, carros, elevadores, relógios e até geladeiras se conectarem à internet - já tem tudo para se tornar um dos maiores campos de atuação para arquitetos. Afinal, no futuro as casas não serão apenas espaços físicos: elas serão totalmente projetadas para integrar o físico com o digital. Acender lâmpadas ou ligar o fogão com um toque na tela do seu smartphone, apesar de parecer ficção científica, já é uma realidade nos dias de hoje.

Além disso, a tecnologia melhora muito os softwares que os arquitetos usam e eles se tornam cada vez mais potentes, versáteis e cheios de novas funções. Hoje, já é possível não só criar um projeto, mas também animá-lo em 3D. Imagine daqui a alguns anos, quando as pessoas puderem, literalmente, “experimentar” uma casa ou edifício interagindo com ele por meio da realidade virtual? Os mais otimistas afirmam que será possível sentir até mesmo texturas de móveis, piso e paredes.

O Design de desestigmatizar o envelhecimento

“Em geral, casas são projetadas para adultos jovens e fisicamente capacitados, mas esses projetos não são tão adequados para pessoas com limitações físicas, doentes ou simplesmente mais velhas. Com o envelhecimento dos baby boomers, estes e seus filhos estão reconhecendo a necessidade de casas projetadas para todas as etapas da vida. Nos próximos anos, arquitetos usarão o projeto como uma ferramenta para desestigmatizar o envelhecimento” — Patrick Burke, Diretor - Arquitetura, Michael Graves Architecture & Design.

Pessoas portadoras de necessidades especiais ou mesmo idosas precisam de residências adaptadas, principalmente se moram sozinhas. Cômodos e móveis apropriados para sua locomoção, interruptores e utensílios em locais acessíveis e o uso de tecnologia de acordo com suas necessidades podem influenciar bastante na qualidade de vida e na autonomia dessas pessoas.

As casas do futuro cumprirão o papel de dar independência a essas pessoas e fazer com que tenham uma vida mais digna e autossuficiente.

Mobilidade corporativa

“Trabalhar será como cantar: poderemos fazer em qualquer lugar. É por isso que os escritórios precisam se tornar catedrais e estúdios de gravação. Catedrais porque cantar nesse local (atmosfera, reverberação etc.) altera o aspecto da voz humana e inspira uma grande performance. Estúdios de gravação, pois são especificamente projetadas para ajudar a criar e capturar a melhor experiência do canto. Podendo trabalhar em qualquer lugar, a pessoas vão querer ir ao escritório pois lá poderão ter uma experiência elevada em relação ao trabalho” — Ben Watson, Diretor Criativo, Herman Miller.

Muito se fala sobre a mobilidade corporativa. Esse é o nome de uma tendência que já está se tornando realidade: as empresas deixam de ser locais de trabalho fixos, já que todos os seus dados ficam armazenados em servidores remotos, o que é conhecido como computação na nuvem ou cloud computing. Os colaboradores dessas empresas, por sua vez, passam a trabalhar em casa ou, basicamente, em qualquer lugar para onde possam levar um notebook ou smartphone. Seguindo este raciocínio, podemos ponderar: “o arquiteto perdeu um mercado de trabalho, já que essas empresas não precisam mais que ele projete suas sedes, certo?”. Errado! O arquiteto passa a ser ainda mais essencial aqui.

Com a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar, deve haver um bom motivo para os colaboradores de uma empresa irem até o seu espaço para trabalhar. E esse bom motivo é justamente um ambiente 100% projetado para otimizar o trabalho. Silencioso, organizado, agradável, livre de qualquer dispersão e incrivelmente funcional. Isso é o que se espera de um lugar assim.

Os novos locais de trabalho são considerados verdadeiras “catedrais” ou “estúdios musicais”, numa comparação que deixa bem clara a sua funcionalidade e importância para a concentração dos profissionais.

Sustentabilidade e qualidade de vida

A sustentabilidade é muito mais que uma tendência: é uma necessidade. O nosso mundo não suporta mais um desenvolvimento que não seja em comunhão com a natureza. Pensando dessa forma, casas já são projetadas utilizando material reciclado e reciclável, projetos de edifícios já são pensados para interagirem com a beleza natural de uma paisagem e até mesmo construções antigas começam a ser adaptadas para esse novo modelo.

E com o aumento da população, as cidades cresceram desordenadamente e em diversos pontos não há transporte suficiente, saneamento ou mesmo espaço adequado para tantos carros. A boa notícia é que, no futuro, barulho, poluição e desconforto não precisarão ser sinônimos de cidade.

O urbanista é o arquiteto responsável pelos projetos urbanos. A tendência é que, cada vez mais, a qualidade de vida ganhe espaço nos projetos de cidade. Não importa se o urbanista estará lá para projetar novos espaços ou intervir nos antigos, tornando-os habitáveis. O certo é que a atuação desse profissional será (na verdade já é) indispensável.

Para a arquitetura do futuro a tecnologia, a sustentabilidade e a qualidade de vida são questões essenciais.

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