Novembro Azul: câncer de próstata é a principal causa de morte masculina

Rastreamento recomendado pelo Instituto Nacional do Câncerinclui exame de sangue (PSA) e toque retal anuais
Foto: Divulgação

O câncer de próstata se tornou a principal ameaça à vida dos homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados 71 mil novos casos por ano, representando um a cada três diagnósticos de todos os tumores masculinos. Até 2020, o câncer de pulmão liderava em mortalidade, mas desde 2021 a próstata assumiu o primeiro lugar, refletindo aumento tanto na incidência quanto na mortalidade. O médico urologista e docente do curso de Medicina da UniFAJ, Dr. Lucas Mira Gon, destaca que, quando diagnosticado precocemente, o câncer de próstata tem taxa de cura de mais de 98%. Além da mortalidade, a doença impacta significativamente a qualidade de vida, principalmente quando o tumor se espalha para outros órgãos e há metástase. “O acompanhamento médico é fundamental, o aumento da expectativa de vida é uma das explicações para o aumento da mortalidade por câncer de próstata e o nosso papel enquanto médicos é de salvar vidas, mas também para preservar a qualidade de vida do paciente”, explica. O rastreamento recomendado inclui exame de sangue (PSA) e toque retal anuais. Em caso de suspeita de câncer, são realizados biópsia e exames de estadiamento para definir o melhor tratamento, que pode variar entre seguimento vigiado, cirurgia robótica ou radioterapia, dependendo do risco e das características do paciente. O tratamento cirúrgico é uma das principais opções para o câncer de próstata localizado. Além de remover a próstata, busca preservar ao máximo a função urinária e sexual do paciente. Tradicionalmente, a cirurgia era feita de forma aberta, mas nos últimos anos a cirurgia robótica se tornou referência mundial, oferecendo resultados superiores em precisão e recuperação. Entre seus benefícios estão a redução de complicações, menor tempo de internação e maior precisão na remoção do câncer, garantindo margens cirúrgicas mais seguras. Em Campinas, há três hospitais com tecnologia de ponta com consoles de cirurgia robótica iguais aos usados nos Estados Unidos e Europa e equipes treinadas para operá-los, com explica o Dr Lucas. A UniFAJ possui ainda um simulador de cirurgia robótica idêntico aos usados pelos médicos para treinamento, permitindo que os médicos em formação e residentes de cirurgia treinem e aprimorem suas habilidades. “A cirurgia robótica transformou o tratamento do câncer de próstata, tornando o procedimento mais seguro, preciso e eficiente, contribuindo significativamente para a melhora da qualidade de vida dos pacientes”, afirma.