Musical resgata magia em O Retorno de Mary Poppins

A Walt Disney Studios faz uma pausa em suas versões live-action de animações clássicas para resgatar um clássico que encanta gerações há mais de 50 anos. O Retorno de Mary Poppins, em cartaz no Topázio Cinemas, coloca Emily Blunt no papel da personagem eternizada por Julie Andrews neste musical dirigido por Rob Marshall (Chicago) com uma missão: resgatar o encanto do longa de 1964. 
O Retorno de Mary Poppins se passa na década de 1930, numa Londres abalada pela Grande Depressão, 24 anos após o filme original. Michael Banks (Ben Whishaw) trabalha para o banco que empregou seu pai e ainda reside na 17 Cherry Tree Lane com seus três filhos, Annabel (Pixie Davis), Georgie (Joel Dawson) e John (Nathanael Saleh), e sua governanta Ellen (Julie Walters). 
Levando adiante a tradição de sua mãe, Jane Banks (Emily Mortimer) faz campanha pelos direitos trabalhistas e ajuda bastante a família de Michael. Quando a família sofre uma perda pessoal, Mary Poppins magicamente retorna às suas vidas e com a ajuda de Jack (Lin-Manuel Miranda), traz alegria e magia de volta para sua casa.
Magia
Especialista em musicais, Rob Marshall capricha no design de produção e evoca diversos momentos do clássico de 1964. Contudo, O Retorno de Mary Poppins tem muito mais força e carisma quando a babá mágica é a protagonista de sua própria história, principalmente na primeira parte onde uma criativa sequência em live-action envolve os personagens com animações 2D, e nos minutos finais de tons aventurescos vividos no Big Ben.
No entanto, o filme se perde em seu segundo ato, com um miolo inchado com números musicais demais e Emily Blunt de menos. Mesmo assim, o elenco de apoio é primoroso, com destaque para o trio de crianças que, por diversas vezes, rouba a cena, e para as aparições (quase) surpresa de Meryl Streep (Caminhos da Floresta), Dick Van Dyke (Mary Poppins) e Angela Lansbury (A Bela e a Fera).
O Retorno de Mary Poppins tenta emular a nostalgia dos clássicos para uma geração da qual o original não fez parte, por isso, deve funcionar muito mais com os adultos saudosistas graças às referências, números musicais bem coreografados e sua mensagem de que é preciso despertar a criança interior para que os problemas desapareçam. Vale a pena conferir. (Angelo Cordeiro)