Publicado em 12/12/2024 às 11h36 Brasil Educação
A crise ambiental é também uma questão de saúde pública
Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo
Por Flávia Girardi
As mudanças climáticas, especialmente o aquecimento global, já são uma realidade com impactos diretos e indiretos na saúde infantil. A pediatria, enquanto defensora da saúde das crianças, tem um papel essencial nesse debate. De acordo com o Dr. Guilherme de Abreu, pediatra do Hospital Albert Einstein, os efeitos do aquecimento global vão além das doenças respiratórias e infecciosas. Eles atingem a segurança alimentar, a disponibilidade de abrigo e, de forma menos evidente, a cognição e o desempenho escolar.
“Problemas como a desnutrição e a desidratação causadas por desastres naturais ou insegurança alimentar podem afetar o desenvolvimento cognitivo das crianças, comprometendo sua capacidade de aprendizado e concentração nas atividades escolares”, explica o médico. A exposição prolongada ao calor extremo também tem seus perigos. “Pode levar a problemas como cólicas, cansaço extremo, insolação e até mesmo afetar o funcionamento renal.”
Impactos na cognição e no desempenho escolar
Estudos recentes indicam que situações de estresse ambiental e desastres naturais, como enchentes e secas, podem interferir nas funções cognitivas, afetando a memória, a atenção e o processamento de informações. Essas dificuldades, por sua vez, se refletem no desempenho escolar das crianças. “O estresse crônico, muitas vezes vivenciado em contextos de mudanças climáticas, pode prejudicar a saúde mental das crianças, levando a sintomas de ansiedade e até depressão, o que também impacta diretamente a vida escolar”, aponta o Dr. Guilherme.
O papel dos pais e cuidadores
Para lidar com os impactos das mudanças climáticas na saúde infantil, é fundamental que os pais estejam atentos aos sinais. Cansaço excessivo, falta de concentração e alterações de humor podem ser indicativos de que algo não está bem. “Os pais devem procurar ajuda médica se notarem esses sinais, mas também podem agir preventivamente, garantindo uma boa hidratação, alimentação balanceada e um ambiente de apoio emocional em casa”, orienta o especialista.
Dr. Guilherme também destaca a importância de tratar o tema das mudanças climáticas com as crianças de maneira sensível e adaptada à idade. “Crianças menores de 2 anos são mais influenciadas pelas reações dos cuidadores. Já os pré-escolares abrem seus medos ao núcleo familiar, então é essencial garantir que a família está segura”, sugere.
Para crianças mais velhas, a abordagem deve ser ainda mais cuidadosa. “Uma boa estratégia é começar com uma pergunta: ‘O que você sabe sobre isso?’ Assim, é possível entender o que a criança já conhece e abordar o tema no nível de profundidade adequado.”
Quando surgem questões difíceis, o especialista recomenda explorar o que a criança imagina como resposta. “Isso ajuda os pais a compreenderem melhor suas preocupações e ajustarem a linguagem e a explicação de acordo com a maturidade da criança.”
Como minimizar os impactos?
Além de cuidados individuais, é necessário um esforço coletivo. “As escolas devem se engajar no debate climático, preparando as crianças para lidarem com essas mudanças e ensinando práticas sustentáveis”, defende o pediatra. Políticas públicas também são essenciais para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como medidas que garantam segurança alimentar e habitação em situações de desastres naturais. Por fim, o Dr. Guilherme ressalta que o tema não deve ser tratado apenas como uma crise ambiental, mas também como uma questão de saúde pública: “As mudanças climáticas afetam a saúde das crianças de forma abrangente. Precisamos agir agora para proteger as futuras gerações.”
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