Moradores se assustam com crescimento ‘anormal’ de algas no Parque Ecológico

Eloy de Oliveira
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Moradores que passam pelo Parque Ecológico de Indaiatuba, um dos cartões postais da cidade, se assustaram com o crescimento anormal de algas ao longo do Córrego Barnabé, que atravessa todo o espaço turístico.

A dona de casa Ana Estela Mariano disse ao Mais Expressão que o comportamento do manancial revela algum problema ambiental. “Algo precisa ser feito, afinal esse local é um dos mais bonitos de Indaiatuba e nosso orgulho”.

Mesma observação fez o engenheiro de máquinas André Pilar, que usa a Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, ao lado do Parque Ecológico, para seguir todas as manhãs ao trabalho em Campinas. “Fiquei triste”, disse.

Não há risco

Em nota, a Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente informou que as algas não oferecem risco e que são decorrentes da falta de oxigenação da água, efeito provocado pela seca resistente e por despejos irregulares.

A pasta informou que pode ter havido contaminação por detergente e outros resíduos, despejados nas tubulações e que esse material acaba indo para os rios e ocasionando a proliferação de algas, como observado.

O Saae foi consultado a respeito também, mas a sua assessoria não registrou nenhuma denúncia de despejo irregular, remetendo o assunto a ser tratado pela Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, que divulgou nota.

O ambientalista Mário Evangelista de Albuquerque, de São Paulo, disse não conhecer o problema específico do Parque Ecológico, mas alertou que excesso de algas é causado por um processo perigoso chamado de eutrofização.

“Nesses casos, há uma multiplicação que pode trazer malefícios para humanos e a própria natureza pela ampla disponibilidade de nitrogênio e fósforo, que normalmente levam ao fenômeno”, afirmou.

Insalubre

O Parque Ecológico de Indaiatuba, anteriormente denominado Parque Ecológico Presidente Fernando Collor de Mello, criado no início da década de 90, foi já uma solução para um problema de insalubridade urbana.

O local era um fundo de vale cortado pelo Córrego Barnabé e, com a expansão urbana, começaram a depositar lixo e também esgotos gerados na cidade iam parar ali e ainda havia muitos registros de inundações na região.

Para resolver o problema, foi idealizado o parque. Originalmente ele foi planejado pelo arquiteto e urbanista Ruy Ohtake margeando o córrego. Hoje se tornou um ponto de visitação e uma área de lazer da população e turistas.