Publicado em 07/03/2025 às 14h00 Indaiatuba Cultura e lazer
Foto: Divulgação
Por Fábio Alexandre
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975 e é celebrado em 8 de março em todo o mundo. A data remonta a 1917, quando operárias maifestaram-se em São Petersburgo no primeiro ato dos acontecimentos que levaram à abdicação do czar e à Revolução Russa.
Cinquenta anos se passaram, mas até hoje as mulheres enfrentam desafios para se colocarem em igualdade com os homens, nas mais diversas áreas. Regente de ópera, coro e orquestra, com passagem por diversas orquestras e projetos (confira seu currículo abaixo), Natália Larangeira fundou em 2014 a ACAFI - Associação Camerata Filarmônica de Indaiatuba.
A Associação mantém um projeto sociocultural com mais de 500 alunos em diversos polos. Além de diretora artística e regente da Orquestra Guarany e demais corpos ligados à ACAFI, Natália é também diretora artística do Festival Camerata (FeCam), que já está na quinta edição e traz até Indaiatuba professores renomados e programação artística com diversas orquestras e coros.
“A carreira de maestra ainda é muito desafiadora, especialmente para mulheres. Enfrentei muitas barreiras, desde o machismo estrutural até a falta de espaço para mulheres na regência”, destaca Natália. “Orquestras profissionais raramente contratam regentes mulheres, e a visibilidade na mídia e entre os gestores culturais ainda é um grande obstáculo”.
Conciliar a maternidade com a carreira foi outro desafio. “Meu filho, Lorenzo, nasceu quando eu já estava inserida no mercado, e a preocupação de perder oportunidades me fez voltar ao trabalho quando ele tinha apenas 45 dias”, revela. “Só consegui seguir adiante porque tenho uma rede de apoio incrível formada por minha família e amigos”.
Outro grande desafio foi criar a ACAFI do zero, sem apoio institucional no início. “Tive que me tornar não apenas regente, mas também gestora, produtora e articuladora para viabilizar os projetos. Hoje, ver tudo o que construímos me faz ter certeza de que valeu a pena enfrentar cada um desses desafios”, celebra.
Palestra
Atualmente, Natália promove palestras para falar das dificuldades encontradas na carreira e dá dicas de como superar os obstáculos. “O empoderamento feminino está presente em cada etapa da minha trajetória. Primeiro, por ter escolhido um caminho que ainda é predominantemente masculino. Regência é uma profissão onde as mulheres enfrentam muitas barreiras, e estar aqui, ocupando esse espaço, já é uma forma de resistência”, destaca.
“Além disso, sou uma mulher que não apenas buscou espaço para si, mas também criou oportunidades para outras. A ACAFI e os projetos que desenvolvo não são apenas sobre música, mas sobre inclusão”, prossegue Natália. “A pesquisa que realizo sobre repertório composto por mulheres também é um reflexo desse compromisso de dar visibilidade ao talento feminino”.
“Ser mãe e profissional ao mesmo tempo me faz enxergar o quanto é importante termos apoio para conciliar esses papéis. Se eu consegui, foi porque tive suporte e sei que muitas mulheres desistem por não terem essa rede”, enfatiza Natália. “É por isso que faço questão de incentivar outras mulheres a não desistirem dos seus sonhos”.
Natália inicou seus estudos musicais no Conservatório Arte Musical de Osasco. Formou-se em regência na UniFiamFaam na classe dos maestros Naomi Munakata e Abel Rocha. Em 2019, foi segunda colocada no III Concurso para regentes da Ópera de Baugè, na França.
Dentre as orquestras que regeu destacam-se a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, Orquestra Jovem do Theatro São Pedro, Orquestra do Theatro São Pedro, Orquestra da Opera de Baugè (França), Atlantic Coast Orchestra (Portugal), Orquestra Bohuslav Martinu (República Tcheca), Orquestra Sinfônica da USP, Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa, Szolnok Symphonic Orchestra (Hungria), Orquestra Sinfônica de Santa Fé (Argentina), Orquestra Filarmônica de Mendoza, Orquestra da Universidade de Uncuyo, entre outras.
Após destacar-se na direção de diversas óperas renomadas, foi regente do Coral da Cidade de São Paulo (2010-2012), Coral do CEU Butantã, Coral do CEU Jaguaré (2012-2014), Coral Meninos Cantores de Campinas (2013-2015), Coro Sinfônico de Itu e Coro infanto-juvenil de Itu (2015-2017).
Regeu como convidada a Orquestra de Cordas do Projeto Guri (2014), Banda Sinfônica Jovem e Infantojuvenil do Guri Santa Marcelina (2017). Em 2018 fez sua estreia na Sala São Paulo à frente da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e no ano seguinte, participou do processo seletivo para regente assistente da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, fazendo o seu début na Sala Minas Gerais. No mesmo ano, fez sua estreia no Teatro Colon, na Argentina, no concerto de encerramento da Masterclass de regência com o maestro Enrique Diemecke.
Paralelo às atividades como regente, participa do movimento Mulheres Regentes, trabalha como produtora, gestora de projetos sócio culturais e palestrante em treinamentos de equipes de alta performance.
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