Publicado em 10/05/2018 às 09h36 Brasil Saúde
Maria Gabriela Rosa
Foto: Divulgação
O que as cantoras Selena Gomez e Lady Gaga têm em comum com a apresentadora brasileira Astrid Fontenelle? Além do interesse pela música (Astrid começou a ganhar projeção como VJ da MTV), as três são portadoras do lúpus, doença que atinge mais de 65 mil pessoas no Brasil, a maioria mulheres entre os 20 e os 45 anos. Estima-se que uma em cada 1.700 brasileiras tenha a doença. No mundo, afeta cerca de 5 milhões de pessoas.
Apesar de casos de famosos como Selena, Gaga e Astrid ajudarem a desmitificar a doença, o lúpus ainda é cercado de desconhecimento e preconceito. Um dos objetivos do Dia Mundial do Lúpus, amanhã, 10 de maio, é quebrar os tabus que envolvem a doença.
Pesquisa mundial revelou que 13% de mais de 16 mil entrevistados acreditam, erroneamente, que o lúpus é transmitido pela relação sexual, índice que sobe para 18% entre os brasileiros. Outros 11% - 12% no Brasil - afirmaram que se sentem desconfortáveis em abraçar uma pessoa com lúpus.
Muito portadores contam que chegam a esconder que têm a doença em ambientes de trabalho porque temem que sintomas como a fadiga, por exemplo, sejam confundidos com desinteresse e pouca dedicação.
“O lúpus é uma doença inflamatória crônica de causa indeterminada, não é contagiosa, acomete mais mulheres do que os homens e pode afetar diversos orgãos As suas manifestações variam de gravidade de paciente para paciente. É uma doença que não tem cura caracterizada por alternância de períodos de crise e de inatividade, mas, com tratamento adequado, é possível controlar sua atividade”, afirma a nefrologista Maria Gabriela Rosa, do centro nefrológico Renal Quality.
O lúpus, explica a especialista, provoca um desequilíbrio no sistema imunológico, responsável por proteger o organismo. Ao invés dos anticorpos combaterem agentes estranhos, eles passam a reconhecer como invasores e atacar órgãos e tecidos sadios do próprio indivíduo.
Por acometer diversos órgãos, os sintomas da doença são variados, o que muitas vezes dificulta o seu diagnóstico. Entre eles, estão manchas avermelhadas, fadiga, dores nas articulações e febre.
Conheça algumas características da doença:
Causas
Ainda não são conhecidas. Sabe-se, porém, que fatores genéticos, hormonais e aspectos ambientais (como a exposição à luz do sol e a alguns medicamentos, ou mesmo situações de forte estresse) têm relação com o seu surgimento.
Tipos
Cutâneo, em que o doente apresenta manchas avermelhadas na pele, especialmente quando exposto ao sol, e o sistêmico, quando um ou mais órgãos são afetados. Os rins estão entre os mais atingidos: cerca de 35% dos portadores adultos apresentam algum comprometimento renal no momento do diagnóstico e metade desenvolve a nefrite lúpica (inflamação dos rins provocada pelo lúpus) na primeira década da doença, complicações que podem ser controladas com acompanhamento médico e tratamento adequado.
Diagnóstico
É feito com base em avaliações clínicas e interpretação dos exames laboratoriais, ou seja, não há um único exame ou sintoma isolado que indique a doença.
Sintomas
Lesões avermelhadas na pele, dor e inchaço nas articulações, febre sem infecção, emagrecimento, fadiga, feridas na boca, edema (inchaço) nas pernas, mialgia e convulsões, entre outros.
Tratamento
A doença não tem cura, mas pode ser controlada. Como se manifesta de diferentes formas em cada paciente, o tratamento é individualizado de acordo com as manifestações clínicas, grau de atividade da doença e das comorbidades. Recomenda-se uso de filtro solar, evitar exposição direta a luz solar, praticar atividade fisica, parar de fumar e dieta equilibrada, pobre em sal, evitando os alimentos industrializados. Quanto ao tratamento medicamentoso, a doença é controlada com uso de agentes imunossupressores e corticoides, além das drogas para tratamento específico dos órgãos acometidos.
SAIBA MAIS
A lista de famosos com lúpus é extensa. Além das celebridades da música pop Lady Gaga e Selena Gomez, artistas como Paula Abdul e Toni Braxton também já revelaram que convivem com a doença. Entre os homens, um exemplo é o cantor Seal. Atualmente com 55 anos, ele foi diagnosticado aos 21 e até hoje carrega no rosto marcas deixadas pelo lúpus. No Brasil, a apresentadora Astrid Fontenelle, também de 55 anos, revelou publicamente, em 2012, ser portadora de lúpus.
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