Jornal Mais Expressão - Indaiatuba
Jornal Mais Expressão. Conteúdo gratuito e de qualidade!
Central de Relacionamento

LUDOMANIA: QUANDO O JOGO DEIXA DE SER DIVERSÃO

NO DIVÃ

 Publicado em  23/12/2025 às 12h00  Indaiatuba  Saúde


Foto: Freepik

Estimativas indicam que até 2,7 milhões de brasileiros convivem com a compulsão por apostas. Psicólogo explica como reconhecer os sinais e buscar ajuda.

Mais de 36% dos brasileiros já fizeram apostas online, segundo levantamento do PoderData. E o número de pessoas que desenvolveram dependência cresce a cada ano. Dados do Senado Federal estimam que entre 1% e 1,3% da população nacional, o equivalente a até 2,7 milhões de pessoas sofra com ludopatia, também chamada de ludomania, o transtorno de compulsão por jogos.

Com a explosão das plataformas virtuais de apostas, as chamadas bets, especialistas alertam para um novo problema de saúde pública que afeta não apenas quem joga, mas também famílias inteiras.

O que é a ludomania

Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a ludomania é classificada como um transtorno de controle dos impulsos. Nesse quadro, a pessoa sente uma necessidade crescente de apostar mesmo diante de perdas financeiras, prejuízos emocionais e conflitos familiares.

“O início costuma ser sutil”, explica o psicólogo clínico Leonardo Teixeira, especialista em comportamentos compulsivos. “As plataformas de apostas usam mecanismos de recompensa imediata, oferecendo pequenas vitórias que criam a ilusão de controle. O cérebro libera dopamina e a pessoa passa a acreditar que pode recuperar qualquer perda. A cada rodada, a necessidade de apostar aumenta”, descreve.

Esse padrão, conhecido como ciclo da compulsão, mistura a sensação de quase vitória com a necessidade de aumentar os valores e o pensamento automático, quando a mente busca a aposta antes mesmo que a pessoa perceba o impulso.

Impactos emocionais e sociais

Além do impacto financeiro, a ludomania provoca sofrimento emocional profundo. A pessoa alterna momentos de euforia e frustração, vive com culpa e tende ao isolamento.

“O comportamento compulsivo corrói a autoestima e a identidade do jogador. Ele sente vergonha, evita contar a verdade para familiares e se distancia de amigos e parceiros”, explica Leonardo. O psicólogo lembra que os primeiros sinais costumam ser percebidos em casa: mentiras sobre gastos, ocultação de dívidas e discussões frequentes.

Segundo ele, é fundamental diferenciar um hábito de risco de um comportamento compulsivo. “Se a pessoa consegue parar quando decide, trata-se de hábito. Mas, se perde o controle e aposta mesmo sem querer, já estamos diante de um vício, e é necessário tratamento”, reforça.

Como identificar a ludomania

Participar de jogos com frequência e em valores cada vez maiores.

Ansiedade, irritabilidade ou euforia quando não está jogando.

Mentiras e segredos sobre perdas financeiras.

Endividamento ou uso de dinheiro destinado a outras contas.

Isolamento social e abandono de atividades antes prazerosas.

 

Onde buscar ajuda

Atendimento psicológico com profissionais especializados em transtornos de comportamento.

Acompanhamento médico psiquiátrico, nos casos mais graves, com possibilidade de uso de medicação.

CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) – oferecem apoio gratuito pelo SUS em saúde mental.

CVV (188) – apoio emocional gratuito e sigiloso, 24h por dia.

Grupos de apoio presenciais ou online, que acolhem tanto jogadores quanto familiares.

Galeria de mídia desta notícia


  • Foto: Freepik

Frutos de Indaiá

O Troféu Frutos de Indaiá tem o significado de sucesso e vitória. Uma premiação pelo esforço contínuo e coletivo em direção à excelência.

Confira como foi o Frutos de Indaiá 2022.

COMPARTILHAR ESSE ITEM