Publicado em 28/10/2025 às 10h50 atualizado em 28/10/2025 às 10h50 - Brasil Educação
Foto: Freepik
Palmas suadas, coração acelerado, sensação de bloqueio e aquela vontade quase irresistível de fugir da sala de aula. Se você já experimentou alguma dessas reações diante de uma prova ou exercício de Matemática, não está sozinho e há um nome para isso: Ansiedade Matemática (AM). O fenômeno, reconhecido desde os anos 1950, vem sendo estudado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em um novo contexto: o impacto das microagressões na formação de estudantes de Matemática.
Coordenado pelo professor João dos Santos Carmo, do Departamento de Psicologia da UFSCar, o estudo busca entender como experiências negativas, muitas vezes sutis, mas recorrentes, vividas ao longo da vida escolar e acadêmica podem desencadear ou acentuar essa ansiedade. A pesquisa está em andamento e convida estudantes de bacharelado e licenciatura em Matemática de todo o Brasil a participarem de um questionário online que leva menos de 10 minutos para ser respondido.
“A Ansiedade Matemática envolve reações emocionais e fisiológicas, como esquiva do estudo, taquicardia, esquecimento e pensamentos autodepreciativos. Esses sintomas podem impactar diretamente o desempenho dos alunos, levando a erros, reprovações e até abandono dos estudos”, explica o professor. Segundo ele, esses efeitos são ainda mais preocupantes quando atingem futuros educadores que terão o desafio de ensinar justamente o conteúdo que lhes causa desconforto.
Pequenas agressões, grandes impactos
Mas onde nascem essas reações? De acordo com Carmo, uma das possíveis origens está nas chamadas microagressões, episódios cotidianos de humilhação ou exposição vexatória que, apesar de parecerem inofensivos ou até banais, acumulam efeitos emocionais duradouros.
“São frases, posturas ou atitudes desvalorizadoras por parte de professores, colegas ou até familiares, que vão deixando marcas. Um aluno que constantemente ouve que 'não nasceu para a Matemática', ou que é ridicularizado por errar, internaliza essa percepção e passa a temer a disciplina”, afirma o pesquisador. E alerta: essas vivências podem ocorrer desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior.
Apesar do avanço nas pesquisas sobre AM no exterior, a literatura acadêmica ainda carece de estudos aprofundados sobre a presença dessas microagressões na formação superior de professores de Matemática. “Acreditamos que identificar essa relação pode ajudar a repensar práticas pedagógicas e a formar profissionais mais preparados e emocionalmente saudáveis para ensinar Matemática”, diz Carmo.
O estudo e como participar
A pesquisa faz parte de um projeto maior desenvolvido no Laboratório de Estudos Aplicados à Aprendizagem e Cognição (LEAAC/UFSCar), que também investiga procrastinação e outras variáveis ligadas ao processo de aprendizagem da Matemática. A coleta de dados está sendo conduzida pela estudante Ana Carolina Rodrigues Marim, do curso de licenciatura em Matemática da UFSCar.
Podem participar estudantes de todo o Brasil matriculados em cursos de licenciatura ou bacharelado em Matemática. A participação é voluntária e ocorre em duas etapas: a leitura e concordância com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), seguida do preenchimento de um questionário com perguntas sobre o perfil acadêmico, experiências prévias e sintomas de ansiedade.
O formulário está disponível no link: https://bit.ly/43iOtmm
Dúvidas podem ser encaminhadas para: [email protected] ou [email protected]
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