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Indaiatubana de 22 anos se destaca em projeto da Nasa

Atualmente, apenas 30% dos cientistas do mundo são mulheres

 Publicado em  12/02/2022 às 00h12  Indaiatuba  Tecnologia e inovação


Hellica Miranda
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A indaiatubana Verena Paccola, de 22 anos, vive entre microscópios e telescópios. Estudante de Medicina da USP, ela começou um hobby relativamente peculiar enquanto se preparava para o vestibular: tornou-se uma “caçadora de asteroides”, parte do programa Caça Asteroides da Nasa e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Depois de um treinamento virtual, começou a analisar sequências de fotos do universo, procurando pontos em movimento, gerando relatórios e enviando para os organizadores, que, em seguida, encaminhavam para a Universidade de Harvard, responsável por confirmar se os pontos representavam asteroides ou outros corpos celestes.

Nessa empreitada, Verena descobriu mais de 25 asteroides e pelo menos um foi classificado como “muito importante”. Trata-se de um asteroide com uma órbita diferente e que se move mais devagar, mas que tem chances de colisão com a Terra. O próximo passo é verificar as reais probabilidades de colidir com a Terra, e determinar quando isso ocorreria.

Por essa descoberta, Verena foi premiada em dezembro, na 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que contou com a presença de Patrick Miller, o criador do programa Caça Asteroides, de membros do MCTI e do ministro Marcos Pontes. (HM).


Pesquisadoras brasileiras fazem história 

A brasileira Márcia Barbosa, física, pesquisadora, professora universitária, comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, foi listada pela ONU como uma das 7 cientistas que moldaram o mundo e que todos deveriam conhecer

Márcia é especialista nas estruturas complexas da molécula de água e acredita que as anomalias de tal molécula podem auxiliar a resolver os problemas de escassez de água doce, sobretudo através de processos de dessalinização da água do mar.

Ela não é a única brasileira a fazer história na ciência: Angela Villela Olinto, que estuda astropartículas e é professora na Universidade de Chicago, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências, juntando-se a cientistas como Charles Darwin e Albert Einstein, também honrados com o título. (HM).


Apenas 30% dos cientistas do mundo são mulheres

Com o objetivo de incentivar um aumento no número de mulheres cientistas no mundo, hoje restrito a 30% do total, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) lançou, em 2015, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, lembrado nesta sexta (11).

De acordo com a entidade, a disparidade de gêneros atrapalha o desenvolvimento de pesquisas e prejudica diretamente as mulheres cientistas, que recebem menos por seus trabalhos e não progridem em suas carreiras.

Para Ana Arnt, bióloga, Mestre e Doutora em Educação e professora na Unicamp, a existência de uma data como Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é importante para dar visibilidade ao fato de não ter tantas mulheres no meio científico e para que exista esse cenário.

“Por que entram, às vezes, a mesma quantidade mulheres e homens em um curso e por que no doutorado tem tão poucas? Será que estamos perdendo meninas no meio do caminho? Esses debates servem para mostrar que as meninas que querem seguir carreira não têm mesmo exemplos no dia a dia para se inspirar”, disse Ana.

 Mais do que a quantidade de pessoas, enfatiza a professora, é preciso ter a representatividade, ou seja, que essas mulheres que estão lá mostrem que sabem fazer.

“Ter pessoas representantes do gênero feminino dentro de grupos de pesquisa ou espaços de pesquisa não quer dizer que a gente tenha representatividade garantida. Porque a representatividade vai além dessa noção, mas ter pessoas que efetivamente possibilitem que esse grupo social se faça relevante, significativo, nesse espaço”.

Lideranças

A bióloga também ressalta que, quando se observam os números de mulheres em grupos de pesquisa, grande parte não ocupa espaços de liderança, além de serem menos citadas em artigos e ter menos projetos aprovados. 

Outra questão que ela levanta é a maternidade: “Grande parte do momento em que a gente cresce na carreira acadêmica, como pesquisadoras, se dá depois da graduação, entre os 22 e os 40 anos, que é o tempo em que a gente faz um mestrado, um doutorado, se encaixa em um grupo de pesquisa e começa a ter uma produção mais independente, se estabelece em algum lugar. Esse também é o período de maior pressão para engravidar. E aí, não é só ter filhos que nos deixa atrás, mas a própria expectativa em relação a essa possibilidade de gestação”.

 

 

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