Publicado em 16/10/2013 às 10h13 São Sebastião Serviços
Abastecer o Hemonúcleo de Taubaté. Este é o objetivo da campanha a ser realizada no próximo dia 22 pelo Hospital de Clinicas de São Sebastião em parceria com o Hemonúcleo de Taubaté.
A iniciativa, que acontece pela terceira vez neste ano, visa atrair a atenção de muitos doadores e coletar mais de 70 bolsas de sangue. Todo o material será destinado ao hemonúcleo responsável pela distribuição às quatro unidades hospitalares do Litoral Norte.
De acordo com o coordenador da campanha, Hamilton W. Alonso, uma equipe composta por oito profissionais do Hemonúcleo de Taubaté, isto é, cinco enfermeiras e um motorista que transportará o material coletado, farão a e a coleta do sangue. “Distribuiremos cerca de 100 senhas das 8h às 12h e a coleta será feita das 8h às 14h, ou até atendermos o portador da última senha distribuída”, disse.
Alguns minutos que podem salvar uma vida inteira
Alonso informou que dados da Fundação Pró-Sangue de São Paulo apontam que apenas 2% dos brasileiros doam sangue anualmente. “Isso porque ainda há ignorância, medo e desinformação quando o assunto é doação”, disse. “Vale refletir e compreender um pouco o quanto esse gesto pode salvar vidas”, frisou o coordenador.
Segundo afirmou, no Brasil, grande parte dos voluntários na doação de sangue só o faz quando algum parente ou amigo precisa urgentemente de uma transfusão. “Bem, parece que a culpa é mesmo da nossa cultura. Há quem defenda que o brasileiro mantém certa distância da doação de sangue porque o país nunca foi atingido por guerras e catástrofes naturais”, mencionou. “Na Europa, por exemplo, a mentalidade é outra. Atingida duramente por duas Guerras Mundiais, a população do continente se acostumou a doar sangue regularmente, ao ver parentes, amigos e inocentes feridos pelas batalhas. Esse hábito ultrapassou gerações e perdura até hoje”, explicou.
De acordo com ele, no Brasil, as doações são caracterizadas por duas categorias. A voluntária, em que a pessoa doa seu sangue de forma solidária, sem se preocupar em saber a quem ele se destina; e a vinculada, particular, personalizada e que serve para repor a quantidade de sangue utilizada no tratamento de algum parente ou amigo internado. Esta última é a forma mais comum de doação.
O coordenador da campanha em São Sebastião para exemplificar a pequena porcentagem de participação em campanhas do gênero, citou o hematologista César Almeida Neto, da Fundação Pró-Sangue, de São Paulo. “Ele afirmou que há muita desinformação sobre o tema no Brasil. Disse que na família e na escola, locais onde recebemos os primeiros ensinamentos de nossas vidas, dificilmente o assunto é tratado e quando o abordam, o fazem de maneira inadequada. Por isso, a doação de sangue ainda é cercada de muitos medos e tabu, comentou o hematologista”, lembrou Alonso.
Mitos que cercam a doação
De acordo com Hamilton Alonso, por medos e tabus, entendendo-se todo tipo de crendice sem fundamento, há quem acredite que quem doa sangue uma vez tem de doar pelo resto da vida; que a doação engrossa o sangue, entupindo as veias; que a doação afina o sangue, provocando anemia; que doar sangue emagrece/engorda/vicia; que mulheres menstruadas não podem doar sangue e que doadores correm risco de contaminação. “Pelo contrário. Doar sangue é simples, rápido e seguro. E o organismo repõe o volume de sangue doado nas primeiras 24 horas após a doação”, afirmou.
Ele foi além declarando que todo o material utilizado na coleta é descartável, o que elimina qualquer risco de contaminação para o doador. “Mas é claro que, para ser doador, é preciso preencher alguns pré-requisitos básicos, como estar em boas condições de saúde, ter entre 18 e 65 anos, pesar no mínimo 50 quilos, não ser usuário de drogas ilícitas injetáveis, não ter comportamento sexual de risco e não ser portador de doenças transmissíveis pelo sangue (como hepatites, B e C, vírus HIV e HTLV I e II, Doença de Chagas e malária). Também há restrições a pessoas que fazem uso regular de alguns tipos de medicamentos. O uso regular de alguns remédios deve ser analisado caso a caso”, concluiu.
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