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Gaspar tem conversa áspera com presidente da Câmara de Salto

Desentendimento foi pela escassez de água na vizinha cidade e represamento feito por Indaiatuba no Ribeirão Buru

 Publicado em  13/05/2022 às 10h48  Indaiatuba  Polícia


O presidente da Câmara de Vereadores de Salto, Cícero Landim (PL), e o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB), com assessores

O presidente da Câmara de Vereadores de Salto, Cícero Landim (PL), e o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB), com assessores
Foto: Caio Dellagiustina/PrimeiraFeira

Lucas Mantovani

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A escassez de água de Salto gerou uma conversa mais áspera entre autoridades da vizinha cidade e de Indaiatuba. Durante uma visita ao Ribeirão Buru, o presidente da Câmara saltense, Cícero Landim (PL), e o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB), divergiram em relação ao manancial. Eles também se desentenderam sobre a responsabilidade pela falta de água no município vizinho.

O encontro entre os dois políticos ocorreu de forma inesperada, sem qualquer tipo de agenda ou planejamento. Segundo Landim, Indaiatuba está represando água pertencente ao município saltense. “Temos problemas de estiagem, mas tem sete lagoas contendo o volume de água. O superintendente do SAAE (de Salto) fica mendigando para tirar uma tábua, isso é inaceitável”, comentou após o encontro, já em uma sessão da Câmara de Salto.

O prefeito Gaspar negou as acusações e apontou que o problema da falta de água em Salto sempre existiu, antes mesmo da existência da represa. Ele também falou em não querer entrar em brigas políticas. “Não podem arrumar uma desculpa aqui para a seca e para a falta de investimento. A história que estão criando está ficando chata. Eu vou ter de mostrar que vocês não fizeram a lição de casa”, disse o prefeito indaiatubano.

Junto ao prefeito de Indaiatuba estava Pedro Salla, atual superintendente do SAAE de Indaiatuba, que também rebateu as falas do político de Salto e questionou a capacidade dos reservatórios da cidade. “A represinha sua é desse tamanho. Se eu tirar mais uma tábua a água passa por cima e vai para o Tietê. Você vai beber água do Tietê?”, disse a Landim.

Ao final da conversa, Gaspar ainda apontou para Landim que a represa do Buruzinho, localizada no Parque do Campo Bonito, na verdade é benéfica para a cidade de Salto. “Se falarem que o problema é isso aqui, eu arranco as tábuas. Estamos aqui para ajudar. O que não pode é mentir. Na verdade, isso aqui ajuda Salto”. Segundo o político, caso Indaiatuba de fato abra as comportas, toda a água irá embora. O encontro foi registrado por dois jornais de Salto.

 

Até o Ribeirão Piraí entrou na discussão

Durante o desentendimento entre as duas autoridades, o Ribeirão Piraí também foi pautado. De acordo com o superintendente do SAAE de Indaiatuba, Pedro Salla, o município atualmente não utiliza toda a água existente no manancial, mesmo tendo direito a 50% dela.

O gestor indaiatubano deu a entender que começaria a recolher essa parte da água em caso de insistência na questão da represa do Buru. “Vocês têm de deixar 50% da água do Piraí pra nós. Se fizermos a denúncia que nem fizeram contra mim, aqui, vocês vão ter de abrir e dar 50% da água”, disse o superintendente.

As duas cidades ainda participam, junto a Itu e Cabreúva, da construção da Barragem do Ribeirão Piraí, obra que será entregue até 2025 e promete atender a um total de 600 mil habitantes das quatro cidades, melhorando principalmente o abastecimento em Salto e Itu, com capacidade para reservar até 8,7 milhões de litros de água. Segundo o Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí (Conirpi), a obra deverá custar R$ 120 milhões.

A construção da barragem do Piraí é um projeto desenvolvido há mais de 10 anos, no entanto, esbarrava na falta de verba. Com os R$ 50 milhões assegurados a partir do PAC2 do governo federal, o governo de SP anunciou em outubro de 2021 o repasse de mais R$ 70 milhões e garantiu o restante do valor para a realização da obra. (LM).

 

 

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    O presidente da Câmara de Vereadores de Salto, Cícero Landim (PL), e o prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB), com assessores
    Foto: Caio Dellagiustina/PrimeiraFeira

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