Francisco Del Giudice defende o valor do humano na era da inteligência artificial

Francisco Del Giudice e Flávia Girardi
Foto: divulgação

O podcast Os 6 Gatinhos, em parceria com o jornal Mais Expressão, recebeu Francisco Del Giudice, fundador da Casa Esperança e idealizador do World Creativity Day, para uma conversa sobre criatividade, inteligência artificial e o futuro das relações humanas com a tecnologia.

Francisco destacou que a criatividade é, atualmente, uma das habilidades mais valorizadas no mercado de trabalho mundial. "As pessoas criativas são aquelas que, diante dos desafios, conseguem descobrir caminhos diferentes para resolver problemas. A criatividade é de onde vem a inovação", disse.

Ao tratar sobre a inteligência artificial, Francisco não economizou em reflexões provocativas. Para ele, a IA é "mediana", pois se baseia em grandes volumes de dados e oferece respostas médias. O diferencial, segundo ele, está em quem a utiliza. "Quem souber fazer as melhores perguntas vai se sobressair. Nós é que guiamos a IA para gerar insights valiosos. Ela não conhece a nossa realidade, quem mostra somos nós", afirmou.

Durante o bate-papo, ele compartilhou sua percepção de que, no futuro, o que for feito por seres humanos terá mais valor. "Tinha um meme que dizia: 'O ano é 2050. Você quer assistir um filme feito por IA ou por humanos?' O feito por IA custa 5 centavos. O humano, cinco mil reais. Isso resume: o que é feito com alma será mais valorizado", comentou.

Para ele, a criatividade nasce também do tédio e da contemplação, elementos que estão desaparecendo na era dos smartphones e do imediatismo. "As pessoas não sabem mais esperar. Estão no metrô, em filas, e não conseguem ficar apenas observando. Mas é no ócio que surgem as ideias. A criatividade acontece nesses momentos", afirmou, dando como exemplo a clássica ‘ideia no banho’.

Francisco também falou sobre o World Creativity Day, festival global que chegou pela primeira vez a Indaiatuba em 2025. "Foi espetacular. Trouxemos essa reflexão de forma colaborativa e acessível para todos, conectando talentos e despertando potencial criativo local", comemorou.

Apesar dos avanços da IA, ele se mostra otimista. "Não acredito em um futuro catastrófico. O ser humano vai se despertar. Assim como já mudamos o pensamento sobre o cigarro, por exemplo, vamos repensar como usar a tecnologia de forma ética e consciente", concluiu.

Assista ao episódio completo do podcast.