Publicado em 13/11/2025 às 13h51 Brasil Variedades
Foto: Freepik
Flávia Girardi
Sim, trata-se de um transtorno alimentar, mas a compulsão por comida, muitas vezes, pode ser um pedido de socorro psicológico. Enquanto a balança sobe, o que realmente pesa são dores emocionais, histórias familiares mal resolvidas e a ausência de afeto, escuta e pertencimento.
Para a psicóloga Danny Silva, especialista em abordagem sistêmica, a compulsão alimentar é uma tentativa inconsciente de anestesiar sentimentos como solidão, rejeição e baixa autoestima. “Nem todo ganho de peso tem origem biológica. Muitas vezes, a comida é o remédio silencioso de quem vive dores que não consegue nomear”, diz.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 9% da população mundial sofre com transtornos alimentares, sendo a compulsão um dos quadros mais prevalentes, mas também um dos mais invisibilizados. O estigma, o preconceito e o desconhecimento dificultam o diagnóstico e o acesso ao tratamento adequado.
A origem da fome nem sempre está no estômago. Em muitos casos, ela nasce de uma infância sem afeto, de um trauma nunca tratado, ou de um papel familiar que foi assumido cedo demais, como o de cuidadora ou mediadora. “É uma tentativa inconsciente de preencher ausências emocionais. Há quem carregue uma história de escassez de amor, de validação, de segurança. O alimento entra como substituto do afeto que não veio”, explica Danny.
O tratamento vai além das dietas e do espelho. Requer um olhar integrativo e acolhedor, que envolva psicoterapia (sistêmica ou cognitivo-comportamental), apoio nutricional com abordagem não punitiva e, em alguns casos, suporte psiquiátrico. Identificar os gatilhos emocionais, compreender a cronologia dos sintomas e romper ciclos de autossabotagem são etapas fundamentais do processo de cura.
Ignorar a compulsão pode agravar o sofrimento psíquico, levando ao desenvolvimento de quadros como ansiedade, depressão, dismorfia corporal e até transtorno obsessivo-compulsivo. “É um ciclo: a pessoa come para se acalmar, depois sente culpa, se pune e volta a comer. Romper esse padrão exige mais do que força de vontade: exige cuidado, escuta e acompanhamento profissional”, finaliza a psicóloga.
Porque, às vezes, o que chamamos de fome é apenas saudade de ser vista.
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