Exposição "Mulheres Bordadas: Fios do Passado" celebra a cultura afro até 13 de dezembro

A mostra revela a resistência negra frente aos desafios históricos
Foto: Divulgação

A exposição "Mulheres Bordadas – Fios do Passado", em cartaz no Centro Integrado de Cultura e Lazer (CILA) até o dia 13 de dezembro, é um convite à reflexão sobre memória, ancestralidade e identidade negra. A iniciativa, que ganhou ainda mais relevância nesta semana do Dia da Consciência Negra (comemorado na última quarta-feira, 20), reafirma a importância de valorizar as histórias e os feitos das populações afrodescendentes no Brasil. 

A mostra reúne fotografias bordadas impressas sobre tecido, criadas pelo Grupo de Mulheres Negras Saltenses NYOTAS, sob a orientação da artista visual Pola Fernandez. Cada retrato carrega camadas de memórias e vivências, conectadas por meio de técnicas de bordado e colagem, em um diálogo potente entre o passado e o presente. 

Paralelamente à exposição, o documentário "Fios do Passado", dirigido por Lilian Solá Santiago, apresenta os bastidores das oficinas que resultaram nas obras expostas. O filme dá voz às mulheres participantes, cujas histórias se entrelaçam em narrativas de resistência, força e superação. 

Protagonismo das mulheres negras

O Grupo NYOTAS, cujo nome significa "estrela" em swahili, é formado por mulheres negras com mais de 50 anos que, há mais de uma década, vêm lutando para transformar invisibilidade social em protagonismo. Inspirado por uma palavra que também significa "guerreira", o grupo representa a luta pela preservação e valorização da cultura afro-brasileira, resgatando histórias e destacando o papel essencial das mulheres negras na formação da identidade cultural do país. 

A escolha do nome e do trabalho artístico do grupo reforçam a importância da resistência negra frente aos desafios históricos e contemporâneos. Mulheres como as do NYOTAS trazem para a arte e a sociedade um legado que vai além do estético, inserindo suas vozes em um espaço que muitas vezes lhes foi negado. 

Em um momento de reflexão como o Dia da Consciência Negra, iniciativas como esta se tornam ainda mais necessárias. A data rememora a trajetória de Zumbi dos Palmares, símbolo de luta e resistência contra a escravidão, e reforça a necessidade de combater o racismo estrutural e valorizar a cultura afro-brasileira em suas múltiplas expressões. 

Visitação gratuita

A exposição está aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, no CILA, localizado na Rua Floriano Peixoto, 1492, no Centro de Itu. O projeto foi contemplado pelo Edital PROAC Nº 13/2023, voltado ao apoio às artes visuais e à circulação de exposições no Estado de São Paulo.