Estudo mostra eficiência de teste de DNA na detecção do HPV

De acordo com o estudo, o exame de DNA do HPV é capaz de reduzir significativamente a incidência de casos de câncer de colo de útero
Foto: Lúcio Camargo/Unicamp

A detecção precoce do HPV (Vírus do Papiloma Humano), um dos principais causadores do câncer de colo do útero, está prestes a passar por uma importante transformação. O tradicional exame de Papanicolau, utilizado há décadas, pode ser substituído pelo teste de DNA para o HPV, uma metodologia mais avançada e precisa. Estudos recentes, como o conduzido pela Unicamp, comprovaram que essa nova técnica é mais eficaz na identificação do vírus e na prevenção de complicações decorrentes da infecção.

O exame de Papanicolau, amplamente utilizado na rede pública e particular de saúde, tem como objetivo detectar alterações nas células do colo do útero que possam ser indicativas de infecção pelo HPV ou do desenvolvimento de um câncer. Embora tenha se mostrado eficaz na redução da mortalidade por câncer de colo de útero, ele depende da detecção de alterações celulares, o que significa que, em muitos casos, o vírus já está presente há algum tempo. O teste de DNA para o HPV, por outro lado, é capaz de identificar a presença do vírus antes que ele provoque qualquer alteração nas células, aumentando a precisão do diagnóstico.

Segundo o estudo da Unicamp, o teste de DNA não só detecta o HPV com maior sensibilidade, como também é capaz de distinguir os tipos do vírus de alto risco, que têm maior chance de causar o câncer de colo de útero. Com isso, o novo método promete ser mais eficaz na prevenção e no monitoramento de mulheres infectadas, permitindo intervenções mais precoces e eficazes.

O estudo demonstrou que o exame de DNA do HPV é capaz de reduzir significativamente a incidência de casos de câncer de colo de útero, uma vez que a detecção precoce do vírus permite que o acompanhamento médico seja intensificado antes que a infecção evolua para um quadro mais grave. Outro ponto importante destacado pela pesquisa é que o exame pode ser realizado com menor frequência do que o Papanicolau. Enquanto o Papanicolau é recomendado anualmente ou a cada três anos, dependendo da idade e do histórico da paciente, o teste de DNA pode ser realizado a cada cinco anos, sem perda de eficácia, o que pode contribuir para a otimização dos recursos da saúde pública.

Indaiatuba, cidade que conta com uma rede de saúde bem estruturada, está à frente na implementação do teste de DNA para o HPV na sua rede pública de atendimento. A Secretaria de Saúde do município já anunciou que o novo exame será oferecido em breve nos postos de saúde, ampliando o acesso das mulheres ao diagnóstico precoce. A medida faz parte de uma série de ações de prevenção e controle do câncer de colo de útero, que inclui também campanhas educativas e o incentivo à vacinação contra o HPV, oferecida gratuitamente para meninas e meninos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Além de beneficiar diretamente a saúde das mulheres, a substituição do Papanicolau pelo teste de DNA para o HPV representa um avanço significativo para a saúde pública como um todo. Ao possibilitar diagnósticos mais rápidos e precisos, o novo exame tem potencial para reduzir a incidência de câncer de colo de útero no Brasil, que é a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres no país, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

A implementação do teste de DNA para o HPV em Indaiatuba é um exemplo de como as novas tecnologias podem ser incorporadas à rede pública de saúde para melhorar a qualidade do atendimento e salvar vidas. Com a adoção desse exame mais avançado, espera-se que a prevenção ao câncer de colo de útero se torne ainda mais eficaz, beneficiando milhares de mulheres e reforçando o compromisso do município com a saúde preventiva.

A substituição do Papanicolau pelo teste de DNA do HPV é um importante passo no combate ao câncer de colo de útero, uma doença que, se diagnosticada precocemente, pode ser tratada com grandes chances de cura. A expectativa é de que essa tecnologia se torne cada vez mais acessível em todo o país, levando a uma redução significativa nos casos da doença.