Publicado em 30/07/2025 às 09h00 atualizado em 06/07/2025 às 16h49 - Itu Educação
Gabrielle revela que suas histórias nascem de forma espontânea
Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão
A escritora infantil Gabrielle Sampaio, natural de Itu, encontrou na literatura uma forma de traduzir vivências reais em histórias que dialogam diretamente com o universo emocional das crianças e de suas famílias. No podcast Os 6 Gatinhos, ela compartilhou como surgiu a inspiração para seus livros mais conhecidos, O Cabelo da Alice e T-Rex – Bracinhos Curtos, ambos com forte apelo à inclusão e ao respeito às diferenças.
O e-book O Cabelo da Alice nasceu a partir de uma experiência próxima e dolorosa: o preconceito enfrentado por uma menina de 5 anos por causa do cabelo crespo. “Ela é negra e sofria bullying na escola porque os colegas falavam do cabelo dela. Para gente, pode parecer bobo, mas pra uma criança, isso tem um peso muito grande. As pessoas dizem que não existe mais racismo, que é coisa do passado, mas ele existe sim e é muito disfarçado”, relata Gabrielle.
A autora acredita que a infância é o momento ideal para ensinar respeito, empatia e autoestima, principalmente por meio da literatura. “Antes de tudo, é preciso ensinar o amor-próprio. A gente fala muito sobre ajudar o outro, mas esquece que a base de tudo é a criança se reconhecer e se amar como ela é.”
Com T-Rex – Bracinhos Curtos, ela aborda de forma lúdica e simbólica o tema da deficiência e da inclusão. O personagem, um dinossauro com braços curtos, quer ajudar e se sentir útil, mas enfrenta limitações físicas que dificultam sua convivência com os outros. “É uma analogia direta à deficiência. Muitas crianças com deficiência se sentem excluídas e isoladas. A ideia do livro é conscientizar e mostrar que cada um tem algo valioso dentro de si, que é o coração.”
Direitos das mães: informação que empodera
Além da literatura, Gabrielle também fala sobre temas ligados à maternidade, assunto que ela vive de forma intensa e sincera. Uma das questões que ela destaca é a falta de conhecimento das mulheres sobre seus direitos previdenciários. “Muitas mães não sabem que têm direito ao salário-maternidade mesmo sem trabalhar com carteira assinada. Se fizerem pelo menos uma contribuição como seguradas facultativas do INSS, já garantem o benefício.”
Ela explica que até mesmo mulheres que atuam como diaristas ou donas de casa, se fizerem contribuições voluntárias durante a gestação, podem receber auxílio. “Existe um julgado, chamado DI 2110, que fala sobre garantir a dignidade alimentícia da mãe e do filho. Isso é um direito, mas quase ninguém sabe.”
A culpa materna e o retorno à carreira
Gabrielle também falou com franqueza sobre os dilemas de equilibrar maternidade e carreira, algo que ela viveu na pele ao tentar retomar a profissão após se dedicar integralmente à filha. “Voltar a trabalhar foi um processo cheio de culpa. A gente pensa: ‘Quem vai cuidar da minha filha? Será que estou sendo egoísta?’ Mas também é importante reconhecer que a mulher precisa de espaço, precisa produzir, ser reconhecida por quem ela é além da maternidade.”
Ela reconhece que muitas mães compartilham esses conflitos, mas nem sempre conseguem expressar. “Talvez eu fale isso em voz alta e pareça confuso ou assustador, mas muita gente sente o mesmo só não fala. É importante a gente se reconhecer nisso.”
Criatividade e infância como fonte de inspiração
Gabrielle revela que suas histórias nascem de forma espontânea, observando o cotidiano e mantendo viva sua conexão com o olhar infantil. “Eu acho que não cresci totalmente, continuo sendo criança. Olho para um cacto e vejo um bichinho. Minha mente é fértil, eu invento coisas o tempo todo.”
Esse olhar lúdico é o que dá vida às suas histórias, que tocam tanto crianças quanto adultos. Ela reforça, ainda, a importância da leitura em família como parte da rotina. “Na hora de dormir, a gente sempre lê ou conta uma história pra minha filha. É nesse momento que surgem ideias, conversas e conexões.”
Gabrielle também é cofundadora do Elas Podcast, gravado em Itu, onde compartilha experiências de maternidade, carreira, criatividade e empoderamento feminino.
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