Publicado em 29/08/2024 às 09h51 Brasil Arquitetura e Construção
Desastres recentes no Rio Grande do Sul são um alerta claro da necessidade urgente de melhorias no planejamento urbano para enfrentar os desafios climáticos.
Foto: divulgação
A recente tragédia que assolou o Rio Grande do Sul evidenciou a urgência de repensarmos o planejamento urbano em nossas cidades. As enchentes, que começaram no final de abril e se intensificaram nos dias seguintes, afetaram profundamente a região, deixando um rastro de destruição em 471 cidades, resultando na morte de mais de 170 pessoas e deslocando 600 mil moradores.
Bárbara França, professora e pós-doutora em Planejamento Urbano, destaca a importância de um planejamento urbano que integre um plano climático robusto e uma política de arborização eficaz. A desigualdade na distribuição de áreas verdes é um problema crítico que precisa ser enfrentado. "Alguns bairros são bem arborizados, enquanto outros praticamente não têm árvores nas ruas. Precisamos enfrentar isso, integrando a questão ambiental no centro do planejamento urbano", afirma França. Além de proporcionar um ambiente mais agradável, as árvores desempenham um papel crucial na mitigação de enchentes e no combate ao aquecimento urbano.
Preparação para eventos climáticos extremos
Os eventos climáticos extremos, como as ondas de calor e chuvas intensas, estão se tornando cada vez mais frequentes. A especialista ressalta a necessidade de prepararmos nossas cidades para reduzir esses problemas permanentes. "Precisamos nos preparar ambientalmente para mitigar esses problemas que parecem ser permanentes. É urgente lutar contra as desigualdades ambientais e atacar pontos de vulnerabilidade socioambiental, como as populações que vivem nas encostas ou várzeas", alerta França.
Outro ponto crucial levantado pela especialista é a preservação de áreas naturais que são essenciais para o abastecimento de água das cidades. A mineração em áreas sensíveis pode comprometer seriamente os recursos hídricos, exacerbando os problemas causados pelas mudanças climáticas. "A mineração nessas regiões pode comprometer seriamente o abastecimento de água da cidade, exacerbando os problemas causados pelas mudanças climáticas", ressalta França.
Uma visão holística e sustentável
Para enfrentar esses desafios, é necessário adotar uma visão holística que priorize a sustentabilidade e a equidade. A integração de políticas públicas que promovam a resiliência urbana frente às mudanças climáticas e desigualdades sociais é fundamental. "A cidade não está desconectada do meio ambiente. Precisamos de políticas públicas que promovam a integração e a resiliência urbana frente às mudanças climáticas e desigualdades sociais", conclui França.
A professora e ativista acredita que a união da comunidade e a implementação de políticas eficazes são fundamentais para transformar nossas cidades em lugares melhores para todos. Com sua expertise em planejamento urbano e paixão pela justiça social e ambiental, França se coloca como uma voz crucial na luta por um futuro mais equitativo e sustentável. “É essencial que todos nós, como membros da sociedade, nos engajemos nessa luta e colaboremos para a criação de cidades mais resilientes e inclusivas”.
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