Publicado em 06/11/2025 às 07h52 atualizado em 06/11/2025 às 07h54 - Indaiatuba Educação
Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão
A criança não nasce pronta. Ela não nasce racista, preconceituosa, agressiva ou indiferente. Esses comportamentos são aprendidos, muitas vezes, dentro de casa. Foi com essa reflexão que a psicanalista Ester Sartori, especialista em adolescentes e famílias e criadora do podcast Preocupações de Mãe, conduziu uma conversa profunda no episódio de O Futuro em Pauta, apresentado por Flávia Girardi e Gabriele Domingues, no canal do Mais Expressão, no YouTube.
Ao discutir as bases das relações familiares, Ester destacou que a casa é a primeira escola. “A criança não nasce com esse perfil. Onde ela aprende? Na escola? Não. É em casa. São os discursos dentro de casa”, afirmou. Segundo ela, comportamentos como bullying, desrespeito e racismo não surgem espontaneamente são transmitidos, naturalizados e reforçados no ambiente familiar.
“Quando você escuta uma criança dizendo: ‘Eu não vou sentar do lado dela porque ela é preta’, isso não vem dela. Isso foi aprendido. A criança não nasce racista”, pontuou.
O poder da mesa sem telas
Ester destacou também a importância dos rituais domésticos no fortalecimento dos vínculos. Um deles é simples, mas poderoso: compartilhar refeições sem o celular. “Comecem a estabelecer uma rotina. O horário em que vocês estiverem juntos é sagrado. É o momento da família”, orienta. Ela explica que esse espaço precisa ser de troca, mesmo que a conversa comece pequena.
“Se a criança respondeu um ‘bom’, já é interação. A partir daí, procure por temas que façam sentido para ela, deixe surgir o debate. E só escute.”
A psicanalista enfatiza que a construção do diálogo exige paciência e constância: “Com o tempo, aquilo vira hábito. Mas quem dá o ritmo da casa é o adulto.”
Aprender a ouvir: um treino para pais
Outra questão central abordada por Ester é a escuta ativa: ouvir de verdade, sem interromper, julgar ou tentar resolver imediatamente. Ela relatou uma conversa em casa para exemplificar. “Eu disse: ‘Eu não quero que você abra a boca. Eu só quero que você me escute.’ Às vezes a gente só quer reclamar, só quer ser ouvido. Os adolescentes também.”
De acordo com ela, oferecer soluções prematuramente faz com que o jovem se feche.
“Ele pensa: ‘Não dá para conversar com você’. E para reconstruir esse canal, precisamos aprender a ouvir. É um treino. É também um exercício de resiliência.”
No podcast, Ester ressaltou ainda o papel da arte como forma de comunicação para adolescentes, especialmente quando emoções são difíceis de nomear. “Quando ele não consegue falar, ele expressa. Pode ser no desenho, na escultura, no barro, no arame… Não importa. O foco não é o produto final, é o processo.”
Segundo ela, a arte ativa áreas do cérebro ligadas à criatividade e à regulação emocional, ajudando o adolescente a compreender e organizar seus sentimentos. “Esse é o caminho para falar com o adolescente”, conclui.
O episódio completo está disponível no canal do Mais Expressão no YouTube e faz parte da programação semanal do podcast O Futuro em Pauta, que vai ao ar todas as quartas-feiras, às 19h.
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