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Divórcio durante a gestação ou puerpério: quando a maternidade encontra o fim de um relacionamento

Especialista reflete sobre o delicado tema da separação para mulheres grávidas, no puerpério ou com filhos pequenos

 Publicado em  14/05/2025 às 12h34  Brasil  Comportamento


A dica é procurar seu médico e fazer terapia se não estiver conseguindo se equilibrar sozinha

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Foto: divulgação

A maternidade, por si só, já é uma travessia desafiadora. Quando somada ao rompimento de um relacionamento, especialmente durante a gestação ou o puerpério, essa experiência pode tornar-se ainda mais complexa. A psicóloga Elisangela Niná joga luz sobre esse tema muitas vezes silenciado: o divórcio em momentos de alta vulnerabilidade emocional. “É comum a mãe entender que aquela relação não está mais compatível. Essa mulher não encontra mais um parceiro romântico do lado de lá. Ela encontra um amigo, um companheiro, o pai do filho, uma série de ‘personas’ com quem ela não quer mais se relacionar romanticamente — e o oposto também ocorre, claro!”, explica a profissional.

Mesmo em relações planejadas, a separação pode se impor como um caminho inevitável. Mas, segundo Elisangela, o período gestacional ou o puerpério acentuam os medos e os dilemas da decisão: “Imagine o corpo em mudanças, os hormônios oscilando, uma criança nova em casa, questões financeiras e profissionais, a autoestima nem sempre nas alturas, o estresse, a adaptação… São muitas as questões que envolvem a maternidade. É muito comum esta mulher se perder de si mesma”.

Ela destaca que o sentimento de fracasso é recorrente nessas situações e que isso pode contaminar diversas áreas da vida. Por isso, o autocuidado é essencial. “Acolha-se. Cuide-se. Não se abandone. Tente continuar com rotinas de cuidados e exercícios. Procure cercar-se de pessoas amigas, fortalecendo sua rede de apoio”.

Outro ponto de atenção, segundo a psicóloga, são as falsas crenças que surgem nesse momento e dificultam a tomada de decisão. “O que nos impede deste movimento inicial de separação é o medo. O medo atrasa ou impede de tomar uma decisão, de colocar para fora um movimento que será necessário para uma qualidade de vida melhor”, pontua.

Elisangela convida à reflexão: “Essa mulher pensa: ‘caramba, não enxergo mais neste homem um parceiro romântico, alguém que eu queria compartilhar minha vida, minha sexualidade, mas estou grávida dessa pessoa ou tenho filho pequeno… e agora?’”

Para ela, o mais importante é entender que a separação não precisa significar uma cisão em relação aos filhos. “O que causa a cisão não é a separação, mas sua condução, que é onde podemos atuar. Então, oriento a conduzir a separação de uma maneira adulta, consciente, harmônica”.

Ela reforça que é fundamental respeitar a vontade do outro ou da própria mulher em seguir um novo caminho: “Eu não posso forçar o outro a ficar comigo. Mesmo que eu goste do outro, se esse alguém não me vê mais de uma forma romântica será preciso traçar um outro caminho”.

Sobre os pequenos, Elisangela dá um alerta importante: “De Fada do Dente a Papai Noel, para o bem e para o mal, a criança ‘compra’ tudo que o adulto ‘vende’, não é mesmo? Então, se o pai ou mãe tratam a separação com pesar e luto é assim que a criança vai sentir e projetar”.

Ela afirma que crianças, em geral, lidam bem com separações bem conduzidas. “Que tal trabalhar os aspectos lúdicos e mágicos, com frases: ‘olha, a partir de agora você terá duas casas; papai e mamãe não namoram mais, mas a gente é uma família’... ‘você terá dois quartos: um rosa e outro roxo... a gente ama você!’”.

Por fim, Elisangela ressalta que os filhos não devem acessar o luto da relação: “A criança não tem de acessar o luto do pai e da mãe, até porque o luto é da relação amorosa. É sobre projeções afetivas. E agora: é outro tipo de afeto que se tem ali. Os dois devem demonstrar que vão continuar sólidos, e é isso que os pequenos têm de entender para se sentirem seguros e amados”.

 

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