Dia Nacional de Combate ao Fumo faz novo alerta para uso excessivo do vape

Pesquisa destaca que 90% dos tabagistas começam a fumar antes dos 19 anos
Foto: Joédson Alves (Agência Brasil)

DA REDAÇÃO
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O Dia Nacional de Combate ao Fumo, lembrado na última quinta-feira (29), traz à tona os riscos de um hábito cada vez mais evidente na sociedade, especialmente entre os mais jovens: o do uso do vape, como é chamado o cigarro eletrônico. Para se ter uma ideia, segundo o IPEC, Instituto de Pesquisas, somente nos últimos seis anos, o aumento foi de 600%. O instituto confirma ainda que já existem quase três milhões de adultos usuários do cigarro eletrônico no Brasil.

Para o cardiologista e docente do curso de Medicina da UniMAX Indaiatuba, Dr. Michel Cecilio, os riscos para a saúde dos usuários de vape são potencializados, uma vez que quem faz uso do cigarro eletrônico vê aumentado em até duas vezes casos de infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral). E tem ainda a relação com casos de câncer de pulmão, uma vez que 85% dos casos deste tipo de câncer está associado com derivados do tabaco, também presente no vape.

O médico faz menção ao relatório da Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em parceria com o Instituto do Coração (Incor), de junho desse ano, que apontou que o consumo de cigarro eletrônico provoca níveis de intoxicação no organismo superiores em relação ao cigarro convencional, com a detecção de níveis de nicotina entre três a seis vezes maiores em relação aos fumantes de cigarros convencionais.

“É um produto de potencial vício e que contém substâncias extremamente tóxicas, que também afetam as pessoas ao redor”, frisa o cardiologista.

VapeOFF

A Fundação do Câncer reforçou ontem (19) o Movimento VapeOFF, contra os cigarros eletrônicos, fazendo um apelo à população, em especial aos jovens. O epidemiologista e consultor médico da fundação, Alfredo Scaff, destacou que, de acordo com estudo da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o consumo do cigarro eletrônico aumentou 600% nos últimos seis anos, em todo o mundo.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, mais de um milhão de pessoas já experimentou esses dispositivos eletrônicos, apesar de sua comercialização ser proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009. O mais grave é que 70% desse público é formado por adolescentes e adultos jovens de 15 a 24 anos (com informações da Agência Brasil).