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Dia Nacional da Doação de Órgãos: entenda como funciona o processo de salvar vidas

Dr. Urbano Galindo, do HAOC, destaca a importância do diálogo familiar na doação de órgãos

 Publicado em  27/09/2025 às 12h00  Indaiatuba  Saúde


Este ano, o hospital HAOC já realizou quatro doações de órgãos

Este ano, o hospital HAOC já realizou quatro doações de órgãos
Foto: Divulgação

Flávia Girardi

No Brasil, o Dia Nacional da Doação de Órgãos é celebrado no próximo sábado (27). A data tem como objetivo conscientizar a população sobre a relevância da doação e incentivar que as pessoas conversem com suas famílias sobre o desejo de ser doadora, um passo essencial para aumentar o número de transplantes e salvar vidas.

Conversamos com o Dr. Urbano Galindo, médico intensivista e coordenador da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes) do Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC), que explicou como funciona o processo de identificação e seleção de possíveis doadores nos hospitais.

Segundo o Dr. Urbano, a avaliação começa com pacientes graves, gravíssimos, sedados e entubados que apresentam risco de dano neurológico. “Todo paciente grave que sabemos ter um dano neurológico ou chance de evoluir para isso acende uma ‘luz de alerta’. Se o paciente evoluir para um quadro de coma não reativo, iniciamos o protocolo de morte encefálica. A elegibilidade para doação só é confirmada ao longo do processo, considerando fatores como idade, quadro clínico e presença de doenças infecciosas ou neoplásicas”, explica.

O papel da equipe de captação

A equipe de captação de órgãos tem como missão identificar pacientes prováveis de morte encefálica e aplicar corretamente o protocolo. Apenas após a confirmação da morte encefálica, e se não houver impedimentos médicos, a família é abordada para decidir sobre a doação. “Chamamos a família, explicamos que o paciente evoluiu para morte encefálica e só após a conclusão do protocolo questionamos sobre a intenção de doação”, detalha o médico.

Logística e distribuição dos órgãos

Uma vez confirmada a doação, inicia-se um processo complexo de logística. O Dr. Urbano explica que são realizados exames de triagem para afastar doenças infecciosas e neoplásicas, além de avaliar a função dos órgãos. A OPO (Organização de Procura de Órgãos) acessa a fila nacional de transplantes e define quais hospitais receberão os órgãos. “O coração, por exemplo, precisa ser transplantado em até quatro horas. Por isso, acionamos serviços próximos, como Unicamp, Hospital das Clínicas de São Paulo e InCor. Muitas vezes, diferentes órgãos vão para cidades diferentes, exigindo uma coordenação simultânea das equipes”, afirma.

Exemplo prático em Indaiatuba

O Hospital Augusto de Oliveira Camargo (HAOC), em Indaiatuba, realiza procedimentos de captação de órgãos e tecidos para transplantes, beneficiando pacientes que aguardam na fila única do estado de São Paulo. Este ano, o hospital já realizou quatro doações. A quarta ocorreu na madrugada de 6 de agosto, com a captação de rins e fígado, encaminhados ao Hospital de Clínicas da UNICAMP, e córneas, destinadas ao Banco de Olhos de Sorocaba (BOS).

“Nosso trabalho, por meio da CIHDOTT, é identificar potenciais doadores e gerenciar todo o processo de captação, seguindo rigorosamente as diretrizes do Sistema Nacional de Transplantes. É um trabalho essencial para salvar vidas”, destaca o Dr. Urbano Galindo, coordenador da comissão.

O HAOC reforça que a doação depende exclusivamente da autorização familiar. Por isso, é fundamental que cada pessoa manifeste em vida o desejo de ser doadora e converse com seus familiares, permitindo que vidas possam ser transformadas por essa decisão.

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