Publicado em 26/08/2023 às 12h00 Indaiatuba Saúde
A dependência emocional é um estado em que uma pessoa se encontra em um relacionamento de total dependência, buscando sentido de identidade através do relacionamento
Foto: Freepik
Rayane Lins
Os seres humanos são animais sociais, que criam laços afetivos profundos com quem os cerca, ficando mais fácil enfrentar as dificuldades naturais e culturais da vida quando compartilham conhecimentos e experiências. Porém, o excesso de cuidado e a necessidade do outro para tomar decisões importantes podem ser sinais de alerta. Por isso, saber o que é e como lidar com a dependência emocional é fundamental.
Também conhecida como codependência, segundo a Psicóloga Laís Godoy, formada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a dependência emocional é um estado em que uma pessoa se encontra em um relacionamento de total dependência. Quando a sua própria identidade é atrelada a uma outra pessoa, sendo atribuído ao outro, as responsabilidades de ações e desejos. Por fim, a pessoa se vê aprisionada a este vínculo que a desgasta emocionalmente ao ponto de fazê-la questionar sobre o seu próprio valor.
Já para a Psicóloga Karen Bethiol, formada pela Universidade São Francisco Campinas (USF), e pós-graduada em Saúde Mental e Coletiva pela São Leopoldo Mandic, a pessoa neste estado, está em constante busca por segurança, validação e sentido de identidade através do respectivo relacionamento, colocando as suas próprias necessidades em segundo plano, priorizando, assim, os interesses dos outros em detrimento dos seus. A dependência surge principalmente em pessoas que não desenvolveram adequadamente a sua própria identidade, e como consequência, criam esse vínculo exagerado com os outros. Além disso, existem fatores que levam a dependência emocional, tais como: a falta de exemplos positivos de relacionamentos, baixa autoestima, falta de autonomia com a própria vida e emoções e também por conta de um medo exagerado da solidão.
Sintomas
Conforme Laís e Karen, alguns sinais de alertas que podem constituir os sintomas de Dependência Emocional são: tentar agradar a todos o tempo todo, o costume de minimizar as próprias emoções, dificuldade de perceber o próprio valor, ciúmes excessivo, incapacidade de sentir-se bem estando sozinho, dificuldade extrema de tomar decisões sozinho, alta tolerância de humilhações, mentiras e indiferença e padrão de autocrítica interna desregulado ao ponto de não conseguir receber elogios e perceber seu próprio valor. Estes sintomas geralmente são acompanhados de muita ansiedade e medo da solidão.
“É comum que essa dependência se manifeste como ciúmes e possessividade, uma expressão do constante medo de perder a base emocional. Em momentos de solidão, um profundo vazio emocional pode ser experimentado, enquanto o ressentimento pode surgir devido ao entendimento de que ninguém preenche esse espaço interno”, comenta a psicóloga Karen.
Como se conscientizar?
Não é fácil nomear sozinho alguém que está em uma relação com dependência emocional, mas, alguns pontos se tornam mais fáceis essa percepção, entre eles, a questão do vazio emocional, o ciúmes, a possessão pelo outro e as mudanças bruscas de humor que afetam o emocional. Primeiramente, levar à pessoa a consciência de que ela merece ser tratada com dignidade e respeito é um início. Mostrar padrões de relacionamentos saudáveis e também de comportamentos manipuladores é outro passo importante. “Em alguns casos, a pessoa não se dá conta disso. E nesta jornada de conscientização deve haver um destaque importante para a verdade de que expressar emoções não é um ato de fraqueza, mas zelar delas é um ato de cuidado consigo mesmo. O espaço de escuta e intervenção terapêutica contribuirão para o processo de dar força e coragem necessárias na reconstrução da identidade perdida”, destaca Laís Godoy.
Tratamento
De acordo com as profissionais, primeiramente, é preciso reconhecer a necessidade de ajuda e buscar por uma rede de apoio e acompanhamento terapêutico. O processo de tratamento e acompanhamento envolverá a redefinição dos próprios limites e novos padrões de percepção de si mesmo. Uma jornada para repensar os alicerces da própria identidade - fonte deste grande caos e das crises existenciais envolvidas nessa temática.
“Um bom psicólogo vai usar ferramentas para a autorreflexão e exploração do autoconhecimento do paciente, estimulando a identificação de padrões de relacionamento e de suas necessidades emocionais, ao mesmo tempo, em que é construído uma maior autonomia e autoestima”, conclui Karen Bethiol.
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