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Denúncias de maus-tratos e a trajetória da APRAI: 37 anos de luta pela causa animal em Indaiatuba

Voluntária da ONG, Maria Nazareth da Silva, relembra desafios, conquistas e reforça a importância da denúncia

 Publicado em  05/05/2025 às 11h03  Indaiatuba  Pets


Nazareth explicou que qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos

Nazareth explicou que qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos
Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão

A proteção e defesa dos animais em Indaiatuba têm um nome de referência há quase quatro décadas: APRAI – Associação de Proteção aos Animais de Indaiatuba. Em entrevista ao podcast Os 6 Gatinhos, conduzido por Flávia Girardi, Maria Nazareth da Silva, voluntária da ONG, relembrou os desafios enfrentados desde a fundação em 1988 até os dias atuais, além de destacar a importância das denúncias de maus-tratos e o trabalho humanizado da instituição.

“Foi muita humilhação, muita difamação para chegar onde nós estamos hoje. Hoje eu me sinto vitoriosa”, desabafou Nazareth. Com 37 anos de história, a APRAI é reconhecida não apenas pelo resgate e cuidado com os animais, mas também por ter formado diversas pessoas que hoje atuam em outras ONGs e frentes de proteção animal na cidade. “Brinco que foram minhas alunas. Eu me sinto realizada nessa parte.”

Durante a conversa, Nazareth reforçou um dos pilares do trabalho da ONG: a importância das denúncias. “O animal não tem voz. Ele não sabe pegar o telefone e dizer ‘está acontecendo isso comigo’. Então, a denúncia é de extrema importância”, pontuou. Hoje, a parceria com a Guarda Municipal é fundamental, com agentes atentos a situações suspeitas, que são comunicadas diretamente à ONG, muitas vezes com fotos e detalhes.

Mas nem todo caso denunciado é, de fato, maus-tratos. Muitas vezes, trata-se de situações de vulnerabilidade social. “Já teve caso de a pessoa deixar o fiscal entrar, abrir a geladeira e dizer: ‘moça, estou passando fome’. Então ela não está negligenciando. Ela não tem nem para ela”, relatou Nazareth.

Nesses casos, a APRAI realiza um trabalho educativo e solidário: encaminha para consultas em clínicas parceiras, ajuda com medicamentos e doa ração, sempre após uma triagem responsável. “Não somos a favor de assistencialismo contínuo. Ajudamos quando há real necessidade, mas a responsabilidade pelo animal é de quem o adotou.”

Adoção responsável

Nazareth também criticou duramente o hábito de doar ou “desovar” animais pela internet, sem qualquer critério. “Principalmente com gatos. Tem que ter tudo telado. O animal com acesso à rua vive seis anos, se muito. Tem envenenador, tem atropelamento, tem quem jogue pedra, jogue chumbinho.” Ela ressaltou que, nas adoções promovidas pela APRAI, o processo é criterioso. A responsabilidade nunca deve ser colocada nas mãos de uma criança. “Se a criança tem um animal, o adulto é que tem que ser responsável. Já debati isso com muitos pais. Se for diferente, a gente simplesmente não doa.”

Ao longo dos anos, Nazareth testemunhou uma grande mudança de mentalidade na sociedade. “Há 26 anos, eu chegava em uma casa e a pessoa dizia: ‘o cachorro é meu, faço o que quiser’. Hoje, isso mudou. As leis estão mais rígidas. E a consciência também.”

Como denunciar

Nazareth explicou que qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos entrando em contato com a sede da APRAI, localizada na Rua 11 de Junho, 606, no Centro de Indaiatuba, ou pelo telefone (19) 3835-7134. A presidente garantiu que a identidade do denunciante jamais é revelada. “É um controle interno. A pessoa não tem que ter medo de denunciar. Não seja cúmplice do sofrimento do animal.”

Assista ao podcast na íntegra:

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  • Nazareth explicou que qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos

    Nazareth explicou que qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos
    Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão

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