Publicado em 13/10/2023 às 04h00 Indaiatuba Comportamento
Muitos idosos ao se aposentarem perdem o propósito de vida, e isso deve ser observado
Foto: Freepik
Bárbara Garcia
Demência, Alzheimer, Parkinson, são todas condições com sintomas muitas vezes parecidos, que adoecem pessoas idosas. Com o objetivo de esclarecer muitas dúvidas e nos informar sobre possíveis prevenções, conversamos com o médico neurologista Ítalo Karmann Aventurato, que explicou diversos conceitos.
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer o que são as demências. “São perdas cognitivas por qualquer razão, ou seja, uma pessoa que já tinha as faculdades mentais desenvolvidas e que teve uma perda delas.
O Alzheimer é a principal causa de demência, em torno de 80% delas são causadas pela doença, mas não a única. Pode ocorrer por exemplo por AVC (Acidente Vascular Cerebral) e outras causas. Ele pode ser genético ou esporádico. É preciso não confundi-los, pois o genético acontece precocemente e é muito raro, já o Alzheimer na velhice é o esporádico, e multifatorial. “Existem alguns genes que conhecemos, e outros que não conhecemos, que podem influenciar no Alzheimer esporádico, mas há também fatores ambientais”. Doenças vasculares como diabetes, colesterol e pressão alta não aumentam só a chance de ter um AVC, mas os danos aparentemente não tão abruptos também fazem mal para o cérebro.
O exercício físico no decorrer da vida e, sobretudo, na terceira idade é importante para a prevenção das demências. Controlar a obesidade durante a meia idade também. Outros fatores como tabagismo, poluição ambiental, influenciam. “Depressão é um fator muito importante de risco. Isolamento e depressão são um ciclo vicioso, a pessoa vai ficando mais apática e se isolando ainda mais. Nossa sociedade hipervaloriza os atributos da juventude, o que faz com que muitas pessoas idosas tenham sensação de menos valia. Muitos idosos ao se aposentarem perdem o propósito de vida, e isso deve ser observado”, destaca o médico.
Outro ponto nem sempre falado é manter a audição e visão saudáveis na velhice. “Para estimular a cognição, é preciso manter nosso contato com o mundo, e ela se dá principalmente pela visão e audição, que podem ser tratadas antes de se degenerarem”, explica.
O especialista esclarece que o problema não é individual. “Precisamos criar uma sociedade mais justa e saudável. As pessoas precisam ter tempo livre, para fazer amigos, para ter hobbies, e para isso é necessário distribuir melhor as riquezas. Numa sociedade em que as pessoas que não têm dinheiro não podem ter acesso ao básico, é claro que as pessoas vão adoecer. Demência é uma doença da existência, pois quando alguém perde sua cognição, ela perde quem é. Não que o capitalismo seja a causa de todos os males, mas com certeza ele agrava essas condições”, pondera ítalo.
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