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Construção é uma das atividades que mais explora os recursos naturais renováveis e não renováveis

Conheça maneiras de criar projetos arquitetônicos que causem menos impactos ao meio ambiente

 Publicado em  05/09/2023 às 16h37  Indaiatuba  Arquitetura e Construção


Foto: Divulgação

A Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura - ASBEA, o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável - CBCS e outras instituições apresentam diversos princípios básicos da construção sustentável, dentre os quais se destacam:

• Aproveitamento de condições naturais locais;

• Utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural;

• Implantação e análise do entorno;

• Não provocar ou reduzir impactos no entorno – paisagem, temperaturas e concentração de calor, sensação de bem-estar;

• Qualidade ambiental interna e externa;

• Gestão sustentável da implantação da obra;

• Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;

• Uso de matérias-primas que contribuam com a eco eficiência do processo;

• Redução do consumo energético;

• Redução do consumo de água;

• Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;

• Introduzir inovações tecnológicas sempre que possível e viável;

• Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo.

Materiais sustentáveis

É crescente o surgimento de pesquisas relacionadas à seleção dos materiais, destacando-se recentemente aquelas que têm como foco a importância quanto à consciência promulgada pelas escolhas pautadas na sustentabilidade. A seleção de materiais tem grande importância no setor da construção e tem progressivamente se apresentado como um fator para melhor atender as necessidades do projeto, uma vez que uma escolha de materiais não adequada pode afetar o desempenho das edificações e influenciar o alcance de metas que são pressupostos fundamentais entre os princípios da sustentabilidade, tais como a busca pela economia de recursos e a baixa geração de resíduos.

Considerando que a indústria da construção é uma das atividades que mais explora os recursos naturais renováveis e não renováveis, é inquestionável a importância de uma maior preocupação do projetista quanto à seleção dos materiais. A partir do princípio de que toda intervenção no ambiente acarreta algum tipo de impacto, o termo “mais” visa à promoção de projetos que resultem em construções que se aproximam ao idealizado para a sustentabilidade. Espera-se que a busca pela sustentabilidade possa produzir edificações cada vez menos impactantes e mais benéficas ao ser humano refletindo diretamente no bem-estar dos usuários de uma edificação. Os instrumentos mostram-se potencialmente proveitosos para agregar valor ao desenvolvimento de projetos com melhores níveis de desempenho ambiental, por meio da análise de materiais, processos e sistemas.

Para que um instrumento de suporte à decisão projetual tenha sucesso, é importante considerar o aspecto praticidade, visto que a inserção de procedimentos complexos no processo projetual tende a ampliar o prazo de entrega e onerar o custo final do projeto. No entanto, não basta a criação de um instrumento adequado se não houver interesse dos consumidores em exigir uma nova postura do setor da construção.

Ter a sustentabilidade como um referencial a mais para a seleção de materiais favorece a consolidação de novos conceitos e o atendimento a novos desafios, impostos com a evolução do mercado da construção civil. Contudo, ainda é incipiente na prática projetual, a escolha dos materiais a partir de suas características intrínsecas ao conceito de sustentabilidade. Essa barreira é motivada, principalmente, pela necessidade de simplificar as metodologias existentes para avaliação dos materiais, considerando que os instrumentos devem ser passíveis de serem utilizados pelo profissional do mercado de trabalho, sem prejuízo à sua produtividade ou à sua relação custo e benefício.

A busca por soluções técnicas sustentáveis aplicadas à obra e/ou montagem técnica de um edifício é premissa de todos os profissionais envolvidos nas diferentes etapas, partindo-se do projeto. Este engajamento remete a uma obra limpa, rápida, racional, funcional e sustentável. 

Vejamos agora alguns materiais e produtos que podem ser empregados nas construções sustentáveis:

  • Fibras vegetais: São excelentes materiais que substituem as fibras de vidro e sintéticas. Possuem características físicas e mecânicas, em alguns casos muito melhores do que as não naturais, principalmente quando incorporadas com compostos plásticos. Feitas a base de uma série de plantas e vegetais como a juta, o sisal, o coco, a cana-de-açúcar, algodão, rami entre outras, é utilizada para confecção de uma ampla gama de produtos. Pode ser misturada ao concreto para agregar maior resistência, serem usadas para fazer telhas, tapumes, revestimentos acústicos e térmicos, painéis, tecidos, tapetes e carpetes.
  • Óleos vegetais: Bastante usados em produtos alimentícios, farmacêuticos e atualmente vinculados ao setor energético na produção de biocombustíveis, os óleos vegetais também são utilizados em vários produtos aplicados na construção civil. Hoje existem tintas, vernizes, impermeabilizantes e solventes à base desses óleos, que descartam o uso de produtos químicos prejudiciais à saúde. São derivadas de inúmeros tipos de vegetais e sementes como girassol, mamona, soja, dendê, cânhamo, milho, palma, amendoim entre muitas outras.
  • Solo Cimento: Muito útil em meios rurais pela disponibilidade da matéria-prima, já que a maior parte da mistura vem do chão. É um tipo de cimento para argamassa ou estrutura, adequado para uso em revestimentos de pisos e paredes devido à elasticidade, usado para pavimentação, em muros de arrimo, confecção de tijolos e telhas sem que haja uma queima prévia. O solo cimento é um material homogêneo resultante da mistura de solo, cimento e água, ideal para construções de pequeno porte. O solo usado é composto por uma parte maior de areia e outra menor de argila. A proporção de cimento e solo fica entorno de 1 para 12, ou seja, uma parte de cimento e outras doze partes de solo. É importante lembrar que o solo cimento mais adequado não pode conter materiais orgânicos (galhos, folhas e nenhum tipo de adubo) e devem ser bem peneirados na fabricação.
  • Concreto reciclado: Concreto é um material composto por cimento, areia, água, compostos britados (brita, cascalho e ou pedregulho) que eventualmente contém materiais ligantes como colas, fibras e outros aditivos. O concreto reciclável possui inúmeras fórmulas e combinações possíveis. Alguns encontrados no mercado são feitos com escória de alto forno, material originalmente refugado, resultante na fabricação de cimento e em usinas metalúrgicas, outros utilizam sobras de minérios e asfalto, recolhidos em demolições e entulhos. O uso do concreto reciclado tem despertado cada vez mais uma consciência de reaproveitamento dos materiais que antigamente eram descartados, como restos de tijolos e telhas, abrindo espaço para empresas que separam e comercializam materiais que sobram nos canteiros de obras e nas demolições.
  • Madeiras alternativas: A madeira é um excelente material, utilizada desde sempre pelo ser humano, encontrada em inúmeras cores, cheiros e durabilidades, muito utilizada na construção civil, porém, todos sabem dos riscos da extração em larga escala sem as devidas preocupações ambientais. Muitas espécies de árvores e suas florestas foram dizimadas para abastecer o consumo humano em toda a história. Por isso, a preocupação de se utilizar madeiras alternativas (de reflorestamento e certificadas) é de extrema importância quando aplicadas em uma construção sustentável São aquelas madeiras que na hora da compra podem comprovar a origem de onde foram retiradas como: Reflorestamento- a madeira de reflorestamento advém de lugares que mantém uma área de floresta original ou replantada, através de manejos sustentáveis de produção. A atividade prevê a preservação dessas matas ao mesmo tempo em que sustenta o ritmo da extração; Certificadas - As madeiras certificadas são aquelas que conseguem comprovar a origem de onde foram retiradas, através de selos concedidos por órgãos competentes e avaliadores. Um dos mais conhecidos é o selo verde do Forest Stewardship Council (Conselho de Manejo Florestal) presente em mais de 50 países. Outras certificadoras de madeira consideradas confiáveis são:I DHEA - Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica Instituto Falcão Bauer; ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas; Fundação Vanzolini; BVQI - Bureau Veritas Quality International.
  • Adobe: É um material ainda muito utilizado em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil, excepcionalmente próprio para regiões que tenham solos argilosos e clima seco. Usado para se fazer tijolos, são muito eficazes na construção de alvenarias estruturais externas, pois depois de secos adquirem uma alta resistência e ótimas propriedades acústicas. O tijolo de adobe é feito de uma mistura com argila, areia, água e algumas vezes podem ser adicionadas palha ou outras fibras.
  • Tintas naturais: O uso de tintas convencionais muitas vezes pode ser danoso à saúde e ao meio ambiente por conterem substâncias orgânicas tóxicas (COVs), substâncias derivadas do petróleo e compostos voláteis altamente poluidores ao contato com córregos e lençóis freáticos. Hoje no mercado existem algumas tintas a base de água, ceras e óleos vegetais, resinas naturais, com pigmentações minerais, muito mais recomendáveis para um equilíbrio sustentável nos ambientes, pois não têm odor e não utilizam metais pesados.
  • Telhas “ecológicas”: Cada vez mais utilizadas essas telhas podem ser feitas de placas prensadas de fibras naturais ou de matérias reciclados. As telhas “ecológicas”, como são conhecidas, possuem características mecânicas melhores do que as das telhas de fibra de vidro e amianto, são mais leves e ainda não prejudicam a saúde e o meio ambiente. Uma particularidade interessante das telhas recicladas com embalagens tetrapak é que por conterem uma porcentagem de alumínio, refletem a luz solar garantindo uma excelente condição térmica nos ambientes usados.
  • Piso intertravado: O piso intertravado é composto por peças de concreto modulares, com diversas formas e cores, que são assentadas como um quebra cabeça, por isso o nome. Muito resistentes são usados em calçadas, parques e grandes extensões de pisos externos. A vantagem para o meio ambiente é que ao contrário do que vemos por aí, os pisos intertravados possibilitam que a água da chuva permeie entre as juntas e encontre o solo, facilitando a drenagem.
  • Equipamentos sanitários de baixo consumo e automáticos: Os vasos sanitários e pias são campeões no quesito desperdício de água. Muitas vezes esquecemos uma torneira pingando ou a descarga desregulada, o que acaba lançando enormes quantidades de água sem necessidade. Por isso, a tendência é que cada vez mais os sanitários tenham equipamentos reguladores de consumo. Alguns fabricantes de equipamentos sanitários já disponibilizam no mercado torneiras com sensor de presença e vasos sanitários com duplo acionamento. O vaso funciona com meia descarga no caso dos líquidos e vazão completa para sólidos. Alguns modelos mais simples limitam a vazão de seis litros mesmo com o botão sendo apertado insistentemente.
  • Lâmpadas de alta eficiência energética: Existem muitos tipos de lâmpadas eficientes no mercado e algumas que ainda estão por vir, pouco difundidas, prometem uma revolução na iluminação dos edifícios. A mais comum são as lâmpadas fluorescentes compactas, apesar de mais caras, representam um consumo de energia 80% menor e duram 10 vezes mais que lâmpadas convencionais, fora isso aquecem menos o ambiente. A maior promessa no setor de iluminação são os LEDs, que em inglês significam Diodo Emissor de Luz. São diodos semicondutores que ao receberem energia iluminam. Muito comum em televisores e computadores são aquelas luzes que ficam acessas indicando que o aparelho está ligado ou em stand by. Possuem inúmeras vantagens. São luzes que desperdiçam pouquíssima energia, não esquentam, extremamente compactas, mas ainda são caras e pouco difundidas.

Fontes:

http://www.metalica.com.br/pg_dinamica/bin/pg_dinamica.php?id_pag=1003

http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.211/6827

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