Publicado em 06/08/2021 às 00h51 Indaiatuba Saúde
A reabilitação física é um processo transdisciplinar, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia e terapia ocupacional
Foto: Clínica Matheus Alvares
Bárbara Garcia
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Ana Carolina Paniza Brena tem 25 anos, é graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade Federal de São Paulo e especialista em tecnologia assistiva pela mesma instituição. Atualmente, tem o cargo de coordenação da área de reabilitação física de uma clínica voltada para o atendimento infantil.
Segundo ela, a reabilitação física é um processo transdisciplinar, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia e terapia ocupacional. Caracteriza-se como um serviço essencial para pessoas com deficiências, com o objetivo de garantir seus direitos, qualidade de vida, autonomia e independência.
Antes do início do tratamento, é realizada uma avaliação, que tem como resultado um levantamento psicomotor da criança. Dizendo de forma mais simples, através dessa avaliação, que pode ser feita com diversos métodos, é possível entender qual o nível de comprometimento da criança, e em que pontos ela poderá avançar e se desenvolver, respeitando os limites de cada quadro clínico. A partir dessas informações, a equipe monta um Plano Terapêutico Individualizado (PTI).
São atendidas crianças com diferentes níveis de lesões neurológicas não progressivas, síndromes genéticas, síndromes ortopédicas, síndrome de Down, atrasos no desenvolvimento psicomotor, transtorno do espectro autista (TEA), entre outros casos semelhantes. Para esses quadros clínicos, a terapia PediaSuit é indicada e pode trazer bons resultados.
A Terapia PediaSuit é recente, foi criada pelo terapeuta ocupacional Leonardo de Oliveira. Visando o desenvolvimento não apenas motor, mas também sensorial, a intervenção é intensiva, com duração de quatro horas diárias, cinco vezes na semana, por um mês. Após esse período, o paciente entra na fase de manutenção, com seis horas semanais, concentradas em um dia.
O protocolo PediaSuit consiste em uma veste terapêutica – com shorts, colete, capacete e tênis adaptado – interligados por bandas elásticas, geralmente acopladas em uma estrutura metálica chamada de gaiola, através de cordas, roldanas e pesos, onde são feitos diversos treinos e exercícios que estimulam o controle e realinhamento postural, propriocepção e equilíbrio.
Com a roupa terapêutica, “a criança consegue assumir novas posturas e padrões, ativar musculaturas que estavam inativadas, corrigir posturas inadequadas que o corpo dela criou para compensar dificuldades, e assim o cérebro vai assimilando esses aprendizados”, explica a terapeuta Ana.
Ela conta que já conseguiu resultados ainda melhores do que os esperados inicialmente pelos pais e profissionais. “Atendi uma criança com uma síndrome rara que tem deformidade nas mãos”. À princípio, não existia nenhuma expectativa de que ele conseguisse segurar um garfo, por exemplo.
Com muito treino e usando as tecnologias de acessibilidade, “hoje ele é independente e come sozinho com o garfo”, conta ela, feliz com a evolução. “Esse é o momento em que choramos de alegria junto com os pais, porque percebemos que todo o trabalho valeu a pena”, relata, com entusiasmo.
Houve também um outro caso de uma criança com lesão neurológica grave que não tinha ao menos o controle da cervical, mas por ter começado o tratamento muito cedo, com 2 anos, hoje ela não só tem controle de tronco como consegue andar com andador.
“O melhor da reabilitação física é começar o mais precocemente possível, para evitar que a criança precise passar por cirurgias ou desenvolva dificuldades maiores”, explica.
Ana acredita que não é apenas o estudo, dedicação e técnica que fazem a diferença no tratamento. “Temos que ter muita vontade de fazer dar certo, muito amor com as crianças e com a profissão. Amor é a base de tudo”.
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