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Como coibir abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

Especialista orienta como identificar, denunciar, proteger e dar apoio à vítima

 Publicado em  10/06/2024 às 11h31  atualizado em 10/06/2024 às 11h34 - Indaiatuba  Comportamento


A denúncia é a melhor forma de prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes

A denúncia é a melhor forma de prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes
Foto: divulgação

O abuso e a exploração sexual são formas silenciosas e cruéis de violência contra crianças e adolescentes. Geralmente, os abusos ocorrem no ambiente intrafamiliar e são praticados por parentes, pessoas próximas e da confiança da vítima, ou por conhecidos, o que torna o problema ainda mais complexo e velado. Assim, a grande maioria dos casos não é denunciado ou leva anos até que seja desvendado. As vítimas carregam esse “segredo” por longo tempo, tem vergonha e sofrem de forma reiterada e silenciosa e ainda, muitas sentem-se culpadas pelo abuso que sofreram. Crianças ou adolescentes que sofrem abuso costumam apresentar desordens emocionais, estigmatização, sintomas depressivos, baixa autoestima, crises de choro sem motivo aparente e tentativas de suicídio.

Estatísticas

No Brasil o “Disque 100”, criado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, recebe, encaminha e monitora esse tipo de denúncia. O abuso e a exploração sexual estão entre as denúncias mais frequentes. Os dados mais recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que em 2023, 22.527 crianças e adolescentes foram vítimas de maus tratos e 60% das vítimas tinham entre 0 e 9 anos. Dessas denúncias registradas, os números podem ser bem maiores, uma vez que muitos destes crimes não chegam a ser notificados. O crescimento apontado pelo Anuário em 2023 foi de 14% para abandono de incapaz, 13,8% de maus tratos e 16,4% de exploração sexual infantil. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que os dados deixam evidente que a violência atinge crianças e adolescentes das mais diferentes formas. Enquanto o estupro no Brasil é um crime essencialmente cometido contra crianças e meninas, já que mais de 60% das vítimas possuem menos de 14 anos e mais de 80% são do sexo feminino, as mortes violentas atingem principalmente adolescentes do sexo masculino. Outra forma comum de violência contra crianças é a negligência e o abandono. Esse tipo de violência está fortemente relacionado a diferentes formas de vulnerabilidade social, como pobreza e abuso de entorpecentes, por exemplo. A pornografia infanto-juvenil e a exploração sexual infantil possuem uma lógica mercadológica relacionada à vulnerabilidade social. Maus-tratos é uma forma de violência, majoritariamente doméstica e intrafamiliar, que pode ser tanto uma prática corriqueiramente violenta, como uma conduta equivocada proveniente das dificuldades da parentalidade.

As consequências

Toda e qualquer violência deixa marcas no psiquismo, que geralmente comprometem o desenvolvimento da criança e do adolescente - ansiedade, depressão, síndrome do pânico, comportamentos autodestrutivos ou sexualização precoce são alguns dos transtornos que podem surgir em adolescentes vítimas de abuso.

Prevenção

Uma das formas de prevenção em relação à violência sexual infantil é se atentar aos sinais que indiquem que a criança possa ter sido vítima de exploração sexual, como o isolamento social e a hipersexualização. Ensinar as crianças sobre o corpo humano, para que especifiquem suas partes íntimas e os tipos de interações que podem configurar abuso é fundamental para que elas saibam se proteger ou denunciar o ocorrido. Importante, também, é conversar com as crianças sobre os limites do corpo, ensinar que ela não deve permitir que ninguém toque em suas partes íntimas. Instruir sobre algumas das formas utilizadas pelos abusadores para atrair as crianças também é importante, como, por exemplo, distribuir doces, presentes ou jogos online no meio digital.

O papel do psicólogo

O apoio psicológico para crianças e adolescentes após a ocorrência de uma violência sexual é imprescindível para evitar a revitimização e ajudar a vítima a lidar com esse trauma e amenizar as inúmeras consequências e marcas no comportamento e nas relações interpessoais deixadas a longo prazo. Esse tipo de violência pode gerar diversas questões para a criança ou adolescente que o sofreu. Isso porque, quando a violência é praticada por algum parente ou conhecido da vítima, a visão de segurança, confiança e proteção que ela possui é abalada e pode ser reproduzida na vida adulta.

Denuncie!

A denúncia é a melhor forma de prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes. Em caso de suspeita ou confirmação de algum caso, denuncie pelo Disque 100, pelo app Direitos Humanos ou ligue 180. A denúncia é anônima!

Katia Aparecida Precoma – CRP/SP 06/85374 - Psicóloga Especialista em Saúde Mental e Intervenções Terapêuticas, Assistente Técnica e Perita Psicóloga. O consultório fica localizado na Rua 5 de Julho, 697 – sala 4 – Centro. Mais informações pelo (19) 99624-3734 ou no e-mail [email protected]

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  • A denúncia é a melhor forma de prevenir a violência sexual contra crianças e adolescentes

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  • Dra Katia Precoma é Psicóloga Especialista em Saúde Mental e Intervenções Terapêuticas, Assistente Técnica e Perita Psicóloga

    Dra Katia Precoma é Psicóloga Especialista em Saúde Mental e Intervenções Terapêuticas, Assistente Técnica e Perita Psicóloga
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