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Cidade vive uma semana de caos no sistema público e privado de saúde

Testes de dengue estão suspensos hoje e ocupação na UTI neonatal já está em 75% da ocupação

 Publicado em  27/05/2022 às 10h13  Indaiatuba  Saúde


Lucas Mantovani

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Foi uma semana bastante conturbada para os moradores de Indaiatuba e região que precisaram de atendimentos nos hospitais da cidade. Ao longo dos dias foi possível se deparar com reclamações na demora de atendimento na rede pública e particular do município, principalmente voltado para área pediátrica.

Uma das reclamações direcionadas ao Mais Expressão foi de Ana Paula Tofano. Em contato com a reportagem, ela contou que precisou ir até o Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) entre segunda e quarta-feira para buscar atendimento ao seu filho, Kennedy, de 5 anos, e se deparou com um hospital lotado. Com febre persistente de quase 40º, Ana Paula ainda escutou da médica de plantão que iria “dar 20 gotas de dipirona e depois você me conta sua historinha”, afirmou.

Os problemas no setor de pediatria estão acontecendo desde abril, quando o número de atendimentos disparou. Dados encaminhados pela assessoria do Haoc comprovaram o aumento, que teve pico de 144% nos últimos dois meses. Para efeito de comparação, em março foram realizados 1.481 atendimentos. Em abril, esse número chegou a 3.620 pacientes. Até o dia 25 de maio, os números estão em 3.333 atendimentos.

A parte de UTIs também é ponto constante de preocupação. Atualmente, a cidade conta na rede pública com 10 leitos de UTI Neonatal, com uma taxa de ocupação média de 75%. As UTIs Pediátricas contam com 5 leitos e tem taxa média de ocupação de 100%, com permanência aproximada de 18 dias de internação. Os dados foram enviados pelo Haoc.

Ainda sem um diagnóstico definitivo, Kennedy Tofano foi encaminhado para a realização de vários exames. Os de sangue não apontaram nada, assim como o de Covid-19. Ele também deveria fazer um exame de dengue, porém, Ana Paula ainda não conseguiu marcar. “A rede não está realizando”, foi a resposta que recebeu. Ao ver toda essa situação, Ana Paula se indignou. “É uma sensação horrível. Adulto sabe expressar o que sente, mas criança não. É angustiante”.

 Ao longo da quarta-feira, a Secretaria de Saúde entrou em contato com a família. De acordo com a pasta, o paciente em questão está devidamente assistido e a família orientada para que o acompanhamento seja realizado direto na UBS de referência.

 

Secretaria de Saúde aponta justificativas

Em nota, a Secretaria de Saúde da Prefeitura elencou alguns motivos que explicam o aumento no número de atendimentos e, por consequência, a demora nos atendimentos. Segundo a pasta, fatores como a pandemia, a nova cepa do vírus da dengue e os problemas respiratórios causados pela chegada do frio afetaram os atendimentos. Ainda de acordo com a secretaria, a rede de saúde municipal recebe em torno de 30% de moradores de outras cidades, o que acumula ainda mais os atendimentos.

Perguntada sobre a possibilidade de aumentar os leitos de UTIs Neonatal e Pediátrica, a pasta respondeu que a ampliação do serviço depende de credenciamento e habilitação por parte do governo de São Paulo e da União. Como o sistema do SUS trabalha em rede, casa não haja vagas no hospital de Indaiatuba, a rede é acionada em outras cidades para conseguir um leito.

Com relação aos exames de dengue, a Secretaria de Saúde informou que não faltam testes, com a confirmação do diagnóstico a ser feita por meio de avaliação clínica e epidemiológica. A assessoria de comunicação do Haoc, no entanto, informou que o reagente para efetuar o exame que confirma a doença é distribuído pelo governo federal e está em falta em todo o Estado de São Paulo.

 

Rede particular também sofre com lotação

A grande procura não foi exclusividade do sistema público. Nas redes sociais, foi possível identificar muitas reclamações de moradores da cidade que se irritaram com a demora nos atendimentos. Uma das postagens foi de Danilo Cláudio, que procurou atendimento no hospital Santa Ignês.

Segundo o paciente, que estava há mais de duas horas na fila, além de um a grande lotação no local, havia apenas dois médicos prestando atendimento. “Nenhum funcionário, ninguém, dá um respaldo para nós. Tem pessoas aqui há mais de quatro horas na fila. Eu pago plano de saúde, é um hospital particular, tá um caos”, disse em um vídeo. Ainda de acordo com Danilo, até as 23h30, ele não tinha sido atendido no hospital, totalizando mais de 3h30 de espera.

O Mais Expressão entrou em contato com a assessoria de comunicação do hospital Santa Ignês durante a parte da manhã, mas não recebeu retorno até o encerramento da edição. (LM)  

 

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