Captar água de chuva é estratégia para economia

Denise Katahira
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O Brasil passou a viver, a partir de 2014, os primeiros grandes focos daquilo que pode ser a maior crise hídrica de sua história. Com um problema grave de seca e de gestão dos recursos naturais, o país vem apresentando níveis baixos em seus reservatórios em épocas do ano em que eles costumam estar bem mais cheios.

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), atualmente cerca de 80 países enfrentam problemas de abastecimento. Além disso, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso a fontes de água de qualidade.

Por isso, a captação de água da chuva vem sendo cada vez mais usada nas grandes construções, como edifícios e indústrias e também em residências e o aproveitamento da água para fins não potáveis surge como uma oportunidade para preservação desse recurso em áreas urbanas.

Em 2017, a captação de água da chuva foi incluída na legislação de águas do país com o objetivo de incentivar e promover a captação, a preservação e o aproveitamento de águas pluviais.

Reaproveitamento

Pensar em maneiras de reutilizar a água é uma forma de controlar perdas e evitar desperdícios, além de minimizar o consumo de água. 

Por isso, os projetos de novas edificações já preveem o uso de cisternas que armazenam a água da chuva. Este recurso diminui a compra de água potável para estes fins, ainda mais quando a água é um recurso que pagamos duas vezes, na maioria das edificações: quando recebemos da concessionária e quando devolvemos em forma de esgoto.

Porém, a água pluvial não é potável, ou seja, não pode ser consumida para beber e nem fazer alimentos, pois no processo de coleta de água da chuva, são utilizadas áreas impermeáveis, normalmente o telhado.

A primeira água que cai no telhado, lavando-o, apresenta um grau de contaminação bastante elevado e, por isso, é aconselhável que seja desprezada.

A água da chuva pode ser reaproveitada em diversos locais da residência como jardins, calçadas, lavagem de carros, além de descarga de banheiros e lavagem de roupas.

Atitudes como mencionadas acima podem gerar economia tanto de água como financeira. Ao lavar uma calçada com mangueira por 15 minutos, por exemplo, uma pessoa gasta em médica 279 litros de água. Ao utilizar um balde com água da chuva, uma pessoa aproveita um recurso que ia se perder e ainda economiza água tratada.

Como montar sistema de captação em casa

Dicas dadas pela coordenadora do curso de Engenharia Civil da Faculdade Anhanguera, professora Ana Flavia Batista de Aguiar Afonso.

1 - Faça uma checagem do telhado, pois essa área será a fonte principal para captar a água da chuva. Caso note uma sujeira excessiva, providencie uma limpeza, lembrando-se das calhas;

2 - Evite a coleta nos dez primeiros minutos de chuva. É nesse momento que estão os maiores índices de sujeira e que sobrecarregam os filtros das cisternas;

3 - Escolha a cisterna ideal para a residência. Aquelas que podem ser instaladas sob o chão tem a vantagem de manter a água acumulada em temperaturas mais baixas, já que elas não sofrem a incidência de luz;

4 - Para escolher o reservatório adequado, confira primeiro a capacidade da caixa d´água. Assim, você escolhe o produto que mais se adeque a sua realidade e complemente o uso doméstico.

5 - A cisterna pode ser feita de alvenaria, plástico modular e fibra de vidro. É importante assegurar que o material não transmita cheiros ou odores e que preserve a qualidade da água. (DK)