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Canetas de emagrecimento exigem acompanhamento médico rigoroso

Diretor do Instituto Mantese explica que o uso do medicamento deve ser guiado por avaliação clínica, exames laboratoriais e um plano de acompanhamento

 Publicado em  06/09/2025 às 14h47  Indaiatuba  Saúde


Foto: Divulgação

As chamadas “canetas de emagrecimento” se tornaram um fenômeno nas farmácias brasileiras. Com promessas de perda de peso por meio de aplicações subcutâneas semanais ou diárias, esses medicamentos atraíram celebridades e milhões de usuários no mundo todo. Mas o sucesso não vem sem riscos, principalmente quando o uso é feito sem prescrição médica e acompanhamento clínico adequado.

 

As canetas são medicamentos originalmente desenvolvidos para o tratamento do diabetes tipo 2. Os mais conhecidos (liraglutida, semaglutida e tirzepatida) atuam mimetizando o hormônio GLP-1, que regula a saciedade e o esvaziamento gástrico. Ao serem aplicadas, aumentam a sensação de plenitude e reduzem a ingestão alimentar, promovendo emagrecimento sustentado.

 

A demanda por essas substâncias é crescente. Segundo estimativas da IQVIA, empresa global de análise de mercado farmacêutico, as vendas de medicamentos à base de GLP-1 cresceram mais de 400% nos últimos três anos no Brasil, especialmente com o aumento da procura por Ozempic (semaglutida) e Saxenda (liraglutida). A chegada nesta semana da versão nacional da liraglutida, da EMS, deve impulsionar ainda mais o mercado.

 

“Esses medicamentos podem trazer benefícios importantes no controle da obesidade e das comorbidades associadas, como diabetes, hipertensão e apneia do sono. Mas seu uso deve ser sempre guiado por avaliação clínica, exames laboratoriais e um plano de acompanhamento”, alerta o médico George Mantese, especialista em Medicina de Família e Comunidade, mestre em Epidemiologia, doutorando em Educação em Saúde pela USP e diretor do Instituto Mantese de Anti-Aging e Longevidade.

 

Segundo Mantese, a adesão ao tratamento depende não apenas do custo, mas também dos efeitos colaterais, frequência de uso e do acompanhamento profissional. “Estudos apontam que a taxa de abandono é alta entre pessoas que iniciam o uso sem orientação, muitas vezes interrompendo após os primeiros sintomas adversos”, explica ele.

 

“Essas drogas exigem ajustes progressivos de dose e monitoramento laboratorial. Além disso, o paciente precisa estar envolvido em mudanças de estilo de vida. Senão, o efeito é temporário e os riscos aumentam”, conta o médico.

 

Mantese lembra que os efeitos colaterais mais comuns dessas medicações são náuseas, vômitos, diarreia, constipação e sensação de estufamento. Essas reações são geralmente leves e tendem a diminuir com o tempo, conforme o corpo se adapta ao medicamento. “O uso das canetas deve ser cauteloso em pessoas com distúrbios gastrointestinais, histórico de depressão grave ou transtornos alimentares”, afirma o especialista.

 

As canetas injetáveis são uma inovação importante no enfrentamento da obesidade, reconhecida como doença crônica e multifatorial. No entanto, seu uso precisa ser cercado de cuidado, prescrição médica e acompanhamento contínuo. O entusiasmo popular e o marketing agressivo não podem substituir o bom senso clínico.

 

“Emagrecer não pode ser encarado como um ato isolado. É um processo que envolve saúde física, mental e social. Essas medicações podem ser grandes aliadas, desde que inseridas num plano de cuidado completo, com metas realistas e segurança”, conclui George Mantese.

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