Dados da OSM - Organização Mundial de Saúde - apontam que o Brasil é o quarto país com maior incidência de casos de nascimentos de bebês com anencefalia no mundo. Por ano, cerca de um caso é constatado para cada 700 nascimentos, com uma média de 615 mortes em decorrência da doença.
A anencefalia é definida como uma má formação do cérebro que ocorre durante 28 primeiros dias de formação embrionária, e é caracterizada pela ausência total ou parcial do encéfalo. Esta anomalia pode ser diagnosticada por meio de exames pré-natal.
No ano de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu que a antecipação do parto de um feto anencéfalo passa a ser voluntária, ou seja, cabe a gestante a decisão de seguir a gestação ou não, tendo pleno direito de solicitar o serviço gratuito do Sistema Único de Saúde (SUS), sem necessidade de autorização judicial.
"Não existem causas específicas para a manifestação desta anomalia, na verdade, ela é uma condição multifatorial, e pode ser influenciada por vários fatores: genéticos, ambientais, sazonais, e inclusive geográficos", revela o médico especializado em medicina genética, Roberto Muller.
Um caso recente referente ao nascimento de uma criança apresentando este tipo de má formação aconteceu no município de Itaituba, Oeste do Pará. A senhora Francisca Pereira de Souza, de 32 anos, estava grávida pela 12º vez de uma menina, que optou por não interromper a gestação, e no oitavo mês começou a sentir contrações e, partir disso, foi realizado em caráter de urgência, um parto cesariano, mas o bebê entrou em óbito logo após nascer.
Porém, existem casos de bebês que apresentam maior sobrevida como o da menina Marcela de Jesus Galante Ferreira, que depois do diagnóstico da anencefalia, sobreviveu até um ano de oito meses.
Estudos revelam que a prevenção da anencefalia pode se dar pela ingestão de ácido fólico. Para a prevenção de ocorrência de defeitos no tubo neural, o especialista indica ingerir 5 mg de ácido fólico por dia. "Recomendo o consumo desta vitamina para homens e mulheres durante a vida inteira", conclui Roberto Muller.
Sobre o Dr. Roberto Muller
Com 31 anos de dedicação na carreira na área da saúde, o médico possui especialização em pediatria e genética médica pela Escola Paulista de Medicina, com atuação ativa em pesquisas e estudos sobre a prevenção de malformações fetais e doenças congênitas, tornando-o referência abordar o assunto. O especialista possui também, mestrado pela Universidade Federal de São Paulo - Unifesp, com ampla expertise em biologia molecular avançada para cuidar de casos de doenças genéticas frequentes, além das que causam a deficiência mental; diagnóstico de crianças malformadas; avaliação das causas genéticas e aloimunização para casos específicos de infertilidade; e aconselhamento genético aos casais de alto risco. O médico utiliza ainda um tratamento diferenciado para os casais que sonham ter filhos, mas que correm o risco de gerar crianças com possíveis alterações genéticas.
Dr. Roberto Muller
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