Publicado em 03/12/2013 às 11h00 Brasil Turismo
Procurei, procurei, mas não encontrei outro adjetivo para descrever esta cidade. Não é falta de criatividade, é beleza mesmo. E isto já vem de berço. A cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, surgiu a partir da fazenda Rincão Bonito, fundada ainda no século 19. De lá para cá, a beleza de cada cachoeira, lago ou caverna descoberta só tem contribuído para aumentar a admiração de quem visita este lugar. É como se Deus tivesse esquecido aqui um pedaço do Jardim do Éden.
Os rios são o princípio de tudo. Suas águas afloram de um solo composto de calcário e transbordam em rios abundantes que correm para o Pantanal. Este calcário contribui para a decantação dos sedimentos e torna as águas extremamente transparentes. Por isto, um dos passeios mais procurados na cidade é a flutuação. Nele, abrigado por uma roupa de Neoprene, o visitante flutua rio abaixo levado pela suave correnteza. Através da máscara de mergulho, é possível observar com clareza todo o fundo do rio, repleto de vegetação e povoado por milhares de peixes. São Dourados, Piraputangas, Curímbas e Piaus, todos peixes típicos desta região, que nadam tranquilos ao redor do visitante. É como flutuar no espaço, só que cercado por água a uma temperatura que ronda os 23 graus. Muito agradável! Os lugares mais procurados para este passeio são o rio Sucuri, o rio Olho D´água (Prata) e o Aquário natural.
As águas de bonito também são responsáveis pela formação de saltos e cachoeiras. São centenas delas espalhadas ao redor da cidade e muitas fazem parte de trilhas ecológicas das fazendas da região. A mais alta destas cachoeiras é a Boca da Onça, com 156 metros de altura. A maior do estado. Ela é tão alta que a água é levada pelo vento antes de chegar à sua base. Ao lado dela pode-se praticar o rapel mais alto da região, com 90 metros de altura. O rapel é feito a partir de uma base metálica e é totalmente negativo. Dele se tem uma das melhores vistas do cânion do rio Salobra.
Além dos rios e cachoeiras, as águas de Bonito também foram responsáveis pela criação de outros atrativos muito procurados pelos visitantes, as cavernas. Muitas delas foram criadas por antigos rios que se infiltraram no solo e suas formações rochosas, chamadas de espeliotemas, são resultado da interação da água com o calcário. Uma das mais visitadas é a de São Miguel, especialmente devido ao seu fácil acesso e suas formações rochosas. Porém a mais famosa é a gruta da Lagoa Azul. Ela tem este nome devido a um lago formado no seu interior, cujas águas são extremamente transparentes com um forte tom azulado.
Além dos atrativos produzidos pelas águas, a cidade de Bonito oferece muito mais ao visitante. Posso citar, por exemplo, os projetos de conservação da fauna como o Buraco das Araras e o Projeto Jibóia. A simpática cidade é também famosa pela sua gastronomia exótica. Aqui é possível experimentar pastel de jacaré, carnes de caça e sorvetes com sabores típicos do serrado. A rede hoteleira é também muito boa e atende a todos os gostos. Se você pretende conhecer Bonito, recomendo ficar na cidade pelo menos 3 dias inteiros. O ideal seria de 4 a 6 dias. Assim, você poderá aproveitar cada lugar sem pressa. Uma boa dica é também esticar a viagem e passar alguns dias no Pantanal, que fica a apenas algumas horas dali. Mas atenção: Todos os passeios em Bonito devem ser reservados com antecedência. Não se pode chegar no atrativo sem hora marcada. Tudo é muito controlado e organizado. Um exemplo de manejo sustentável do meio ambiente. Por isto, planeje a sua viagem com antecedência e de preferência, através de uma agência de turismo. Para saber mais, entre no site da Gold Trip. Boa viagem!
Peter Goldschmidt
* Peter é membro da Família Goldschmidt que desde 1999 viaja pelo mundo descobrindo e divulgando novos roteiros turísticos. É também diretor da agência de turismo Gold Trip - www.goldtrip.com.br - Fone: (11) 4411-8254
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