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Biomimética revela o poder da natureza para inspirar inovação em diversas áreas

Especialista explica como observar a vida natural pode transformar arquitetura, saúde e educação

 Publicado em  25/08/2025 às 14h28  Indaiatuba  Meio Ambiente


Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão

Bióloga e especialista em Biotecnologia, Denise Paspardelli é uma apaixonada estudiosa da biomimética, a arte e ciência de observar a natureza para inspirar inovações tecnológicas, científicas e artísticas. Criadora do estúdio NiDo, ela participou do podcast “Os 6 Gatinhos” e compartilhou seu olhar curioso e afetuoso sobre como a vida natural pode ensinar soluções sustentáveis para desafios humanos. “O ser humano sempre observou a natureza para viver, desde os povos originários que aprendiam a se proteger e conviver em seus ambientes até grandes gênios, como Leonardo da Vinci, que já era um biomimeticista antes mesmo de existir essa palavra”, explica Denise. Ela destaca como essa integração entre ciência, arte e engenharia está presente no cotidiano, como no uso do número de Fibonacci em pinturas e construções.

Denise conta sobre exemplos reais de como a biomimética revoluciona setores inteiros. “Existe um prédio no Zimbábue chamado Eastgate, que existe desde 1996, que não usa ar-condicionado. Parece impossível, porque é um lugar quente e sufocante, mas ele foi inspirado na circulação de ar e luz dos cupinzeiros africanos. Isso mostra como a natureza pode expandir as possibilidades na arquitetura e na saúde, e não limitar a vida das pessoas.”

Para ela, o aprendizado da biomimética deve começar cedo, com as crianças. “Compreender biomimética com crianças é fundamental. Exploramos a vida, a abundância e a diversidade, e mostramos como simplificar conceitos complexos para inspirar. Incentivamos as crianças a explorar e aprender. Não tem como não ter um retorno, porque a ideia máxima da biomimética é: a vida cria condições propícias para gerar mais vida. É uma roda sem fim, de abundância e diversidade.”

Denise reforça a importância de permitir que as crianças tenham contato livre com a natureza: “Eu costumo fazer trilhas com elas e acho que a gente, como pais, tem uma tendência a segurar demais, a falar ‘não toca’, ‘é perigoso’, ‘tem um inseto’. Isso cria medo. Mas se a gente deixar as crianças se aproximarem, elas aprendem e se encantam.”

Denise também possui um acervo impressionante de mais de 200 amostras de recursos naturais, como ovos coloridos e besouros gigantes. “Esse é o meu tesouro, que eu levo para escolas de Indaiatuba e região. Mostrar essa beleza para as crianças ajuda a valorizar e preservar a natureza.”

Um dos momentos mais emocionantes de sua participação no podcast foi ao falar sobre os vaga-lumes, insetos que ela viu muito na infância, mas que hoje estão desaparecendo. “Na casa da minha avó tinha esse inseto e eu nunca mais vi. Fiquei tão chateada quando eu li que eles estão morrendo. Eles estão morrendo porque a gente está iluminando todos os lugares. Para se reproduzir, eles precisam literalmente ver o sinal de luz um do outro. Esse sinal é como o canto dos pássaros, é tipo um paquera pela luzinha. Com o excesso de iluminação noturna nas cidades, a gente bloqueia isso. Eles não conseguem se achar e por isso estão desaparecendo. Eu cresci com vaga-lume, eles fazem parte da minha vida, e provavelmente a gente vai ser a última geração a ver isso. É muito triste porque é tão lindo. Quem já viu vários vaga-lumes sabe, é um fenômeno incrível.”

assista aqui a entrevista completa

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  • Foto: Lucas Cardoso/ Mais Expressão

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